Na tarde de hoje, na Assembléia Legislativa, será realizada uma Audiencia Pública, sobre a proposta da ADECE/ Agencia de Desenvolvimento do do Estado do Ceará em parceria com o grupo PMRJ de construção de um estaleiro naval na Praia do Titanzinho, com impactos de toda ordem sobre aquele frágil setor da historicamente maltratada orla marítima de Fortaleza.
A questão da preservação e requalificação de toda a orla marítima de Fortaleza, da foz do Rio Ceará à Foz do Rio Pacoti, passando por todas as situações por nós todos conhecidas - das praias à Oeste, do desconhecido e abandonado contexto central, nunca colocado como relavancia nesta cidade, do Poço da Draga, da Praia de Iracema, da Beira Mar, do Mucuripe e Cais do Porto, do Titanzinho, da Praia do Futuro, da foz do Cocó, do Sabiaguaba e seu indiscritível parque de dunas, a última fronteira de pasiagem natural do nosso litoral, até chegarmos à Barra do Pacoti - compõem sem qualquer sombra de dúvida o nosso maior ativo ambiental, urbanístico, social e economico, sendo este um tema que deveria ser o mote correto de nossos questionamentos.
A "ficha tem cair" nesta cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, riscada no mapa pela primeira vez, em 1603, por Pero Coelho de Souza, nas dunas da beira da praia da foz do Rio Ceará, refundada na foz do Rio Pajeú, em 1649, por Mathias Beck, em frente a praia, assumida como cidade litoranea nos idos da consolidação da Praia de Iracema, redescoberta pelo Brasil, no presente, por esta beleza que nos fascina, todos os dias. Sem a nossa beira de praia, onde sempre vamos em busca da linha do horizonte, sem a nossa orla de 34 quilometros, apagamos parte da História, negamos o nosso espírito, esquecemos os feitos do Dragão do Mar, este personagem ícone de nossa trajetória que transformamos no nosso maior equipamento cultural, ignoramos os significados do presente e destruímos grande parte de nossa visão de futuro.
Praia do Titanzinho, com o Farol do Mucuripe em destaque. Construído entre 1840 e 1846 em alvenaria, madeira e ferro, representa uma das mais antigas edificações de Fortaleza. Foi durante muito tempo referência para embarcações que aqui aportavam. O "velho olho do mar", como era conhecido, foi desativado em 1957. Em 1982, recebeu sua mais significativa intervenção afim de abrigar o Museu do Jangadeiro, atual Museu do Farol, cujo acervo faz parte das referências históricas de Fortaleza. Tombado pelo SPHAN, o farol hoje faz parte do Patrimônio Histórico Nacional, sendo um dos mais belos pontos turísticos da cidade. Fotografia José Sales. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.
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