domingo, 20 de setembro de 2009

DNIT questionado sobre a ponte do Rio Cocó


O Superintendente Estadual do DNIT, Guedes Ceará, não é questionado só pelo Governador Cid Gomes em suas ações. A professora e ambientalista Vanda Claudino deixou comentário no Blog batendo na tecla de que a retomada da obra da ponte sobre o rio Cocó ainda precisa ser bem explicada. Confira:

Prezado Eliomar,

O Superintendente Estadual do DNIT, com essa lista de atividades informadas a título de prestação de contas, pode até querer evidenciar um trabalho que está sendo questionado (e com razão), mas, do ponto de vista da Ponte do Cocó, a história não é bem assim não: nenhum problema ambiental foi resolvido!


Havia necessidade legal, peremptória, de retomada de todas as etapas do licenciamento ambiental, pois a ponte de 2004 -que já implicava em consideráveis impactos, materializados hoje, por exemplo, pela acentuada erosão que vem ocorrendo na margem do rio voltada para a Sabiaguaba, dada a alteração no fluxo fluvial produzida pelas pilastras, que sequer foi considerada no ralo relatório de impacto ambiental da época – não é a mesma ponte que está sendo contruída hoje.

A ponte de hoje é duplicada, terá quatro vias e representa a continuação de uma BR, a BR-020 (isso mesmo, aquela que leva a Canindé! Qual o traçado que a faz continuar na Sabiguaba, talvez por Messejana?, ainda não deu para encontrar registro disponível ao grande público, como deveria ser…). Uma BR cruzando o litoral da Praia do Futuro e Sabiaguaba!!! Por definição, uma BR corresponde a uma via de transporte interurbano de alta velocidade, que proibe, com frequência, até o uso por parte de pedestres e ciclistas.

Será que a população de Fortaleza está realmente sabendo que o magnífico litoral entre a Praia do Futuro e a Sabiaguaba terá esse fim? E como pode a Prefeitura, existindo o Projeto Orla, o Plano Diretor e o Parque de Dunas da Sabiaguaba (que ainda não saiu do papel) cruzar os braços diante do fato?

Para além dos graves problemas ambientais que a ponte induzirá(destruição das dunas,lagoas e manguezal no entorno, pois não há AINDA projeto de ocupação sustentável da área), há também, prezado Eliomar, mais coisa obscura nessa situação.

Com toda evidência, a especulação imobiliária para a área, um dos evidentes objetivos da obra, não combina com rodovia, que desvalorizaria os caríssimos terrenos da orla litorânea. Essa condição, fatalmente, mudará, terá que mudar no futuro imediato, pois é a especulação imobiliária quem dita os rumos do crescimento e uso da riqueza em Fortaleza.

Estamos então testemunhando o uso da verba pública com rubrica ‘rodovia federal, interesse social’ para construção de um equipamento que tem, terá, outros fins, etc…

Vanda Claudino
Fonte http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/
Foto Arquivo Ibi Tupi

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