Paulo Haddad, dono da empresa responsável pelo futuro Estaleiro Ceará, diz que o empreendimento é financeiramente inviável se não for no Titanzinho. As dúvidas sobre o projeto do Estaleiro Ceará, previsto para ser construído na praia do Titanzinho, no bairro Serviluz, continuam praticamente as mesmas de antes da audiência pública realizada ontem na Câmara dos Vereadores.
É que o dono da empresa PJMR, Paulo Haddad, frustou os que participaram da audiência ao não apresentar detalhes do projeto como, por exemplo, a localização exata escolhida para abrigar o futuro empreendimento. O que é certo, segundo Haddad, é que se não for possível a construção do estaleiro próximo ao porto do Mucuripe, o empreendimento vai para outro estado. "Se não existir a possibilidade de ser perto do porto, o estaleiro terá que ir pra outro lugar que não seria mais no Ceará. O Pecém está descartado, não é financeiramente viável", explica Haddad.
Haddad reagiu às vaias que levou ao ser chamado para compor a mesa. "Acho que existiu uma coisa muito atropelada. Não estávamos cientes do que seria essa audiência, não estávamos aptos para conversar com a comunidade", explica Haddad. O empresário destacou que ainda não existe um protocolo assinado com o Governo estadual. "A rigor eu nem deveria estar aqui (na audiência). Houve foi uma especulação imensa em torno do estaleiro e as coisas correram de forma desordenada", diz complementando que "fica difícil apresentar o projeto sem o protocolo". "Me comprometo a vir aqui e apresentar o projeto logo que esse protocolo for assinado", provoca Haddad. Ainda segundo Haddad, não existem pendências para a assinatura desse protocolo, sendo que o momento é de discutir as possibilidades. "E isso não é fomentado do dia pra noite", argumenta.
Para que o Estaleiro Ceará seja construído, a PJMR precisa vencer uma licitação junto a Transpetro, braço logístico da Petrobras, para a construção de oito navios gaseiros. O estaleiro pensado para o Estado concorre com outras 18 empresas nacionais e estrangeiras. Questionado sobre as reais chances da PJMR vencer a licitação, Haddad disse que a empresa "tem outras possibilidades" e não só o Ceará. "Em quais estados não falo porque vocês vão publicar e vai dar mais problema ainda", brincou referindo-se aos jornalistas.
Por mais de uma vez o empresário citou o que foi publicado pela mídia como um dos causadores da polêmica em torno do estaleiro. "Infelizmente, a mídia começou a noticiar, pessoas começaram a falar do que não conhecem e criou esse problema", avalia Haddad, que durante sua fala disse que "colocamos o carro na frente dos bois".
Reportagem de Dalviane Pires dalviane@opovo.com.br para o Jornal O POVO.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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