sábado, 31 de janeiro de 2009
TV UNIÃO abre espaço o debate de problemas urbanos
Invasão de área verde no Passaré
A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Secretaria Executiva Regional (SER) VI, que comandará as ações.A operação de retirada ainda não foi efetuada devido ao tempo requisitado pela Defensoria Pública para conversar com os sem-tetos e garantir a retirada pacífica de todos. “Enquanto isso não acontece, a Regional VI monitora a área e já tem informações de que a maioria deles não precisa de moradia”, salienta a assessoria do órgão.
Notícia do jornal Diário do Nordeste de hoje, 31 de janeiro de 2009.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
A chuva e o caos urbano
Continua o desmatamento na Amazonia
Apesar do desmatamento em baixa no período, os Estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso seguem liderando as derrubadas, tanto em novembro quanto em dezembro de 2008. Cortes também foram registrados no Acre e Amazonas. Isso que a cobertura de nuvens estava pesada durante as análises, vendando em média 70% da região. Conforme o Imazon, nos dois últimos meses do ano passado foram degradados 69 Km² na Amazônia, por "intensa exploração madeireira e ou fogo de várias intensidades". Quase tudo no Mato Grosso. A crise econômica é apontada por especialistas como principal freio no desmatamento.
Notícias do Portal O ECO http://www.oeco.com.br Reprodução unicamente para divulgação.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
UECE e CAGECE vão monitorar rios de Fortaleza
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Começou em Belém, o Forum Social Mundial
Crianças indígenas da etnia Caiapó observam suas mães fazendo pinturas em participantes do Fórum Social Mundial. Foto Agencia ABr. Direitos autorais preservados.
Uma cidade (re)velada
A reflexão de Michel de Certeau nos remete ao caos que embaça o nosso olhar, que nos distancia da condição de sujeito, do outro e de nós mesmos, da nossa cidade, do centro da nossa cidade, que oferece à primeira vista um cenário desolador. Praças e calçadas intransitáveis, poluição sonora e visual, lixos acumulados, bocas-de-lobo escancaradas – legítimas armadilhas para caminhantes - tudo isso dramatizado pelo calor causticante. Retratos de uma desordem urbana. Cravados nesse universo, vivemos a beleza e o vigor de traços da nossa história, da nossa cultura, permeados nas manifestações artísticas de rua, no patrimônio edificado e nas programações dos espaços culturais ali localizados: Theatro José de Alencar, Centro Cultural Banco do Nordeste, Sesc São Luiz, Academia Cearense de Letras, Museu de Artes e Culturas Populares, Museus dos Minerais, Vila das Artes, Espaço Cultural dos Correios, Centro de Referência do Professor, Museu do Ceará, Sobrado Dr. José Lourenço, sendo este último o exemplo mais recente de restauração de bens culturais do centro de Fortaleza.
Ao atuar no campo das artes visuais, o Sobrado atribui um novo uso ao antigo casarão que serviu de moradia e consultório do médico sanitarista Dr. José Lourenço e que, posteriormente, sediou repartições públicas, oficina de marcenaria e bordéis, contribuindo para a preservação de um belo exemplar da arquitetura do século XIX e das memórias a ele atreladas. Devemos lembrar também do Passeio Público, Mercado Velho (antigo Mercado Central), Estação João Felipe, Forte de Nossa Senhora da Assunção e das igrejas centenárias: Igreja do Rosário, Capela do Pequeno Grande, Sagrado Coração de Jesus, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja do Patrocínio.
Para completar o roteiro, a imponência dos marcos góticos e românicos da Catedral da Sé. Um circuito que integra equipamentos culturais e territórios de convivência coletiva deve ser potencializado, através de ações já tão debatidas e que urgem ser concretizadas, através da atuação efetiva do poder público, da iniciativa privada e da comunidade. Ações estas que contribuirão para valorização da nossa cultura e para o alargamento da noção de apropriação, pertencimento cultural e conseqüente respeito à nossa cidade.
GERMANA VITORIANO - Diretora do Sobrado Dr. José Lourenço
Quem anda pelo Centro
Pergunto-me: se tal vontade está realmente de prontidão formando a consciência de que o Centro é de todos, de que com sua deterioração perdem todos, perde-se em espaço para o passeio, perde-se em referências, perde-se em auto-imagem e, conseqüentemente, em negócios e auto-estima dos fortalezenses, independentemente de onde morem e dos bairros que freqüentam.
Quem anda pelo Centro? Hoje passa por ali quem tem de passar. O andar – por opção, pelo prazer da convivência e da descoberta da cidade – agoniza. As praças e jardins freqüentemente passam a se reinventar, procurando novos usos, como prática de esportes, eventos de massa, intervenções artísticas, compra e venda de mercadorias. Entretanto, tais espaços públicos passaram a ser tratados sem a adequada prioridade pelas políticas públicas, seja no tocante à fiscalização ou aos orçamentos dedicados à manutenção, à segurança e à geração de renda, instrumentos importantes do planejamento urbano. Com praças, calçadas deterioradas, privatizadas, degradadas, o andar tem dificuldades para ser reinventado: viveremos sobre esteiras ou pistas, em andares medicalizados? Estamos destinados a andar por obrigação e a bater pernas em corredores climatizados?
Se uma boa parte dos que decidem, que influenciam o poder ou a opinião pública encontrasse tempo, em meio a suas correrias, para usufruir do centro, ele estaria em outra situação. Quem tem encontrado algum tempo para olhar este pedaço da cidade são muitos artistas. São grafiteiros, realizadores em vídeo, atores, intervencionistas, performáticos, “designers” sociais no rastro de Michel de Certeau e sua cidade quase invisível, de Guy Debord, que diagnosticava e criava estratégias, metodologias e situações políticas.
Em uma convocação da sociedade para sonhar e praticar o Centro – não uma convocação para comodamente indicar o que o Município ou o Estado precisam realizar – a arte urbana também deveria ser escutada para compartilhar suas descobertas e agenciamentos. Nessas pequenas utopias existe a possibilidade da contaminação, da lembrança e incorporação do futuro, agora em ruínas precoces.
JÚLIO LIRA Sociólogo e coordenador da organização Mediação de Saberes
O Centro vive, viva o Centro
A consciência desse processo e o desejo de sustá-lo, tem estado no centro do debate, quando se trata da área referida ao Centro de Fortaleza, por vezes colocado de forma equivocada, alegando-se a necessidade de “revitalização” da área como se as mudanças ocorridas significassem a perda da vida urbana no referido espaço. O que é necessário entender é que a cidade enquanto uma construção social dos indivíduos que nela habitam, sofrem processos de mudança que não estão imunes às tensões e conflitos de interesse que pautam as relações entre indivíduos e classes sociais no mundo moderno. O que se observa em Fortaleza é que o Centro antigo preservou-se como referência espacial e simbólica, na medida em que não perdeu o caráter de centralidade urbana que sempre lhe foi atribuído como berço histórico e por ainda permanecer como área de intensa vida econômica. Qualquer caminhada pelo Centro de Fortaleza deixa transparecer, até a um observador desatento, a pujança da vida urbana ali acontecendo, expressa nos índices hoje utilizados para aferir esta condição, tais como o fluxo de pessoas, de veículos e das atividades econômicas e financeiras que se realizam nesse espaço.
Se a vocação de centralidade permanece e é perfeitamente constatável, por outro lado, constata-se também uma perda de qualidade nas condições do espaço, no que se refere ao conforto para o transeunte, obrigado a enfrentar a poluição visual e sonora, calçadas mal cuidadas e cheias de obstáculos, praças e ruas privatizadas, sem paisagismo e mobiliário adequados à fruição, à sociabilidade, ao descanso das pessoas que para ali se dirigem.
É necessário e urgente intervir no Centro antigo de Fortaleza a partir das concepções urbanas atuais onde a ênfase na qualidade de vida sobreponha-se às coisas, agregando, inclusive, as virtudes que as tecnologias modernas possam oferecer. Criar uma ambiência urbana com espaços amplos e belos que convide ao caminhar, à fruição, ao encantamento do fortalezense e do visitante.
Se o poder público tem uma enorme responsabilidade de proporcionar as condições para que isso aconteça, este é também um desafio para os cidadãos fortalezenses que, com sua energia e participação, o constroem cotidianamente.
Ivone Cordeiro Professora de História/UFC. Secultfor/Patrimônio - responsável pela reforma do Passeio Público
Um outro centro é possível
É a área que mais duramente explicita as precariedades de Fortaleza, como a ocupação do espaço público, por exemplo, com atividades privadas em praças, ruas de pedestres e calçadas. A maioria dos espaços culturais da cidade está entre as avenidas Dom Manuel, do Imperador e Duque de Caxias. Se esticarmos um pouco os limites do que era Fortaleza em 1910, ano de inauguração do TJA, e hoje é o Centro, crescemos a relação: Vila das Artes, Sesc próximo ao Mercado São Sebastião, Casa de Artes e Ofícios Tomás Pompeu. Como os Sobrado Dr. Zé Lourenço, Museu do Ceará, Espaço Cultural dos Correios e os já citados, todos fazem atividades gratuitas.
A cada encontro Viva Centro!, o TJA convida a olhar o Centro de um modo outro. Juntos, trabalhadores da cultura – somos mais de 30 endereços no Centro -, exercitamos pensar o que essas instituições podem na vida do Centro, da Cidade, do Ceará. Saber que mais de mil pessoas por dia vão ao Centro para usufruir de uma biblioteca, pode fazer prosperar um modo outro de experimentar a cidade.
As práticas sociais que surgem ou ganham força em torno/a partir dos equipamentos culturais podem ser fontes de vitalidade para um cotidiano cheio de pequenos massacres de nós mesmos: acostumar a viver em meio ao lixo de áreas públicas ocupadíssimas com feiras, por exemplo, é uma profissão de fé ao contrário; achar normal o acinte dos sons amplificados – seja no corcel ou na hilux, nos mais de 15 bares da Praça José de Alencar ou no entorno do Dragão do Mar; talvez sejam modos de conspirar contra nós mesmos, nosso presente sem qualquer futuro. Vamos conspirar a favor da vida.
Fazer disso um exercício diário e coletivo. É tão vital quanto a grande celebração praieira do réveillon realizada pela Prefeitura de Fortaleza, que nos leva a pensar e viver para além do estado de medo cultivado no dia-a-dia. Cito uma amiga encantada porque saiu de casa depois das dez da noite e, morando no começo da Santos Dumont, foi a pé até a praia no dia 31, com a sensação de segurança que nos faz, entre outras coisas, cumprimentar as pessoas na rua. Tão simples, tão possível estar menos cru e menos rude no convívio diário.
Taí uma tarefa das casas culturais no Centro: fazer vibrar outras potências de vida na área; viver de um modo outro na região que mais diz sobre como vivemos uns com os outros.! Vamos exercitar, juntos, viver o Centro pelo viés da pujança.
IZABEL GURGEL - Diretora do Theatro José de Alencar
Centro Histórico: ocupação pela cutura
Desde 2007 que constitui-se o debate "Viva o Centro", justamente para discutir políticas de ocupação da área por meio da cultura. A iniciativa tem a frente o Theatro José de Alencar e demais equipamentos culturais do Centro de Fortaleza, inclusive a SECULTFOR/ Secretaria Municipal da Cultura.
Extensa e completa matéria do Jornal O POVO, com opinião de vários gestores de equipamentos culturais localizados no "cuore" de nossa cidade, publicada hoje, dia 27 de Janeiro de 2009, que segue reproduzida unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Fortaleza precisa de mais espaços verdes
O alívio desse estresse que praças e parques podem proporcionar alcança o nível mais amplo dos sentidos, de acordo com o arquiteto, urbanista, doutor em Planejamento Ambiental e colega de Departamento do professor Almir, Marcondes Araújo. “Se você sente abafamento, vai para a praça que o alívio é imediato. Se está cansado visualmente do mesmo espaço, corre para o parque que, com certeza, novas são as cores e as texturas. É um processo de descontaminação”, explica Araújo.
A praça e o parque trazem também mais segurança, na visão de Farias. Porque a população deixa de fazer uso de calçadas muitas vezes próximas demais às vias ou mesmo do canteiro central extremamente estreito para sentar-se num ambiente mais adequado, com possibilidade de sempre ceder espaço para um que chega ou para a criançada brincar de bola ou bicicleta. Esses espaços não deixam também de ter um uso estratégico. “A Praça da Estação João Felipe é um ponto de conexão intermodal de transporte, porque temos trem, ônibus e, no futuro, metrô. Mas ela não pode ser apenas uma praça terminal. Para funcionar bem como espaço público, ela deveria ter melhores condições, como faixas de sobreamento e mobiliário”.
O Professor Marcondes Araújo vai além. Segundo ele, a escassez de espaços públicos com áreas verdes pode levar o cidadão a condições subumanas. “Reféns de sua casa, tendo em vista que o ar tende a ficar poluído demais, a paisagem muito degradada, as poluições visual e sonora em níveis insuportáveis, mais violência de meninos que cresceram na rua porque não tiveram espaços dignos para brincar etc”.
Por uma nova paisagem urbana é o que ecomenda a especialista em Paisagismo e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fernanda Rocha, quando fala em beleza. “A feição de uma cidade pode ser alterada a partir da interferência em seus espaços livres, ao mesmo tempo em que eles são o testemunho material das relações de seus cidadãos entre si e com esses espaços. Quem não é capaz de perceber o belo colorido produzido pela floração de algumas plantas como os ipês na Avenida Domingos Olímpio. Com mais desses espaços com verde, a paisagem urbana poderia ser bastante animada por diferentes matizes e transmitir diversas sensações”, acrescenta Fernanda Rocha.
Matéria do jornal Diário do Nordeste, de hoje 26 de janeiro de 2009. Reproduzida unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
Arborização urbana tem que ter várias funções ecológicas
É como avalia Marcelo Freire Moro, biólogo e mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente, quando também afirma que a arborização de Fortaleza é muito deficiente.As poucas árvores que existem estão muito degradadas devido às podas.
Além disso, a arborização da cidade, para o especialista, praticamente despreza as plantas nativas do Ceará. “Existem mais plantas da Ásia do que do Brasil. Em vez de pau-branco, oiticica, mirindiba, juazeiro e várias outras, a cidade tem recebido nim indiano, albízia, azeitona-roxa, entre outras. Essas espécies exóticas, por exemplo, não são apenas de fora, mas invasoras também, o que significa que podem se espalhar sem controle, podendo competir e prejudicar as espécies nativas”.
Matéria do jornal Diário do Nordeste, de hoje 26 de janeiro de 2009. Reproduzida unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
Av. Beira Mar: construção do Jardim Japones é alvo de crítica
A iniciativa vem comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. No entanto, o espaço gerou comentários que criticam a realização da obra no local.A construção do Jardim Japonês teve início em julho. Foi licitado em R$ 1.192.780,75, sendo R$ 1.000.000,00 oriundos do Ministério do Turismo (MTur), resultado de emendas parlamentares conquistadas na Lei Orçamentária de 2008, e o restante do valor, R$ 192.780,95, oriundo do Tesouro Municipal.
De acordo com Silvana Fujita, coordenadora de Projetos Especiais da Prefeitura de Fortaleza, o Jardim Japonês deve se transformar num pedaço do Japão, aberto ao público, onde os freqüentadores, numa visita guiada por pessoal treinado pela Secretaria Municipal de Turismo, poderão enriquecer os seus conhecimentos culturais em uma área de lazer diferenciada, com dois mil metros quadrados de extensão.
No entanto, o Arquiteto José Sales critica a obra e diz que a construção está sendo feita em cima do último remanescente de dunas da Beira Mar. Ele fala ainda, que um jardim japonês não pode ser construído com muros de concreto. ´Existem mais muros de pedra do que elementos de paisagismo’’ , ressalta.
A construção também chamou atenção do ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara, que escreveu em seu blog (www.lucioalc.blogspot.com), que a execução do projeto não foi feliz. ‘‘Acontece que, escondido por trás de uma muralha de concreto, agredindo a paisagem, não será avistado pelos transeuntes. Imagino quanto será bonita a visão do alto dos prédios das proximidades, que abrigarão privilegiados espectadores”, ressalta.
Matéria do jornal Diário do Nordeste, de hoje 26 de janeiro de 2009. Reproduzida unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Pomar Urbano completa 10 anos de ações na Marginal Pinheiros
Uma PPP para o Parque do Cocó
Um interlocutor da Coluna POLITICA fez um comentário que merece reflexão: “O estabelecimento de parcerias público privadas é uma ótima alternativa para resolvermos as enormes lacunas da nossa pobre economia. Mais: pode pôr fim a litígios e impasses sobre questões relevantes que se arrastam há décadas, sem solução aparente. É o caso da questão em torno do Parque do Cocó. Além da demanda judicial, hoje temos uma área que, a despeito da falta visão dos conservacionistas, tem produzido mais problemas do que ganhos para a cidade. Hoje estamos vendo a montagem das cercas que visam impedir a rota de fuga de ladrões que atuam no entorno da área. Seria muito melhor que tivéssemos um projeto de urbanização de parte da área. Tudo, é claro, nos moldes da preservação dos caros recursos naturais lá existentes e do desenvolvimento sustentável”.
Continua o leitor: “Ora, como o Estado vai investir recursos em terrenos que ainda têm seus valores (indenização) discutidos na Justiça? O fim do litígio, por meio de acordo, poderia perfeitamente permitir uma PPP entre o Estado e a iniciativa privada. Como? Sem necessidade de mobilizar recursos, poderíamos reduzir o tamanho da área “desapropriada” com a devolução de uma pequena parte para os antigos donos. Em um dos casos, foram “desapropriados” 88 hectares. Que tal devolver no máximo 10%, estabelecendo um acordo que permitisse a exploração privada da área devolvida, além de exigir sua cota de participação na implantação de atrativos para a população, o compromisso em manter a infraestrutura que surgir e os recursos naturais existentes? Para o Estado seria o fim de uma demanda que poderá custar caro à população, com o pagamento de indenização, indefinição do uso daquela área e mais as demandas judiciais vindas de toda parte (vide a Ação Civil Pública do MPF). Houvesse disposição do governo em pelo menos receber um esboço dessa proposta seria o início, quem sabe, de um grande trabalho a favor da cidade”.
O caminho dos investimentos ²
A tendência é de que os empreendimentos imobiliários continuem sendo lançados nas regiões Leste e Sudeste do município. A novidade é de que a noroeste da cidade, em alguns bairros mais consolidados, também há expectativa de expansão de habitações mais populares, já que os custos dos terrenos nesta área devem cair com o novo Plano Diretor.
Fortaleza já é a quarta capital mais populosa do Brasil, com 2,43 milhões de habitantes, de acordo com a última contagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Mas toda essa população, como na maioria dos grandes centros urbanos, está mal distribuída do ponto de vista socioeconômico e territorial.
De um lado, há uma Fortaleza dotada de infra-estrutura urbanística saturada. Do outro, uma cidade com serviços urbanos precários e poucas opções de lazer. A expectativa é de que, com o novo Plano Diretor, se contenha o processo de ocupação de algumas áreas saturadas, como os bairros nobres da Aldeota e Meireles e se ocupe áreas com imóveis vazios ou subutilizados como o Centro; e se incentive a construção de novas habitações de interesse social em áreas como o Pirambu e a Barra do Ceará. Não basta construir Mas a construção de imóveis por si só não determina o crescimento urbano sustentável, embora seja importante no desenho da cidade. Muitas vezes, o setor é visto como o vilão da desorganização espacial da cidade, em especial, pela prática da especulação imobiliária, que o novo Plano Diretor pretende inibir com alguns instrumentos de planejamento urbano, como o IPTU progressivo no tempo.
Da reportagem do Jornal O POVO da data de hoje.
O caminho dos investimentos
Publicado no Jornal O POVO de hoje 25 de janeiro de 2009.
Centro de Fortaleza: mudaças com qualificação
Ordenamento do comércio ambulante, um projeto de incentivo a habitação, a reforma do Paço Municipal com a possibilidade de retorno da sede do poder executivo para o local, o início da construção da Rua das Praças e até o fato da Secretaria do Centro deixar de ser Extraordinária são algumas dessas ações. Decisões que num primeiro momento, podem até ser consideradas pontuais, mas que, conforme o secretário do Centro, José Nunes Passos, fazem parte de um projeto maior para qualificar a área.
Passos acredita que as pessoas precisam começar a perceber essa mudança e, inclusive, olhar o centro nas várias direções que ele possibilita. Ou seja, não dá para vê-lo só como pólo comercial, apenas como bairro residencial e, muito menos, meramente em seu aspecto histórico. “Ele precisa ser visto e avaliado como um todo”.Neste sentido é que José Nunes Passos comemora a mudança em sua secretária. Uma modificação que vai além da semântica. Antes, a Secretaria só pensava as ações e solicitava os recursos à Secretaria Executiva da Regional II. Agora, terá recursos próprios. O que dará maior agilidade no fazer.
O Centro da Cidade em debate
No Jornal O POVO se discute as tendencias de crescimento da cidade direcionadas pela nova versão do Plano Diretor Municipal e os comentários de diversos especialistas e estudiosos, tendo o Centro como pano de fundo. No Diário do Nordeste, foco do debate é o próprio Centro, com as falas institucionais.
Vale a pena conferir.
sábado, 24 de janeiro de 2009
A cidade de Pedra em Goiás
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Morre ex-prefeito de Fortaleza Juraci Magalhães
Dr. Juraci Magalhães, médico dermatologista, nasceu em Senador Pompeu, em 12 de fevereiro de 1931. Atualmente estava afastado da política. Ele esteve à frente da prefeitura de Fortaleza de 1990 a 1993 e novamente de 1997 a 2004, pelo PMDB. Em 10 anos de poder, o ex-prefeito Juraci Magalhães conseguiu dar novas feições a Fortaleza. Praças, avenidas, viadutos, terminais de integração: cada espaço tem a marca do político que buscou preparar a capital cearense para o futuro.
É quase impossível falar sobre o ex-prefeito Juraci Magalhães e não lembrar das grandes obras realizadas durante os 10 anos em que esteve à frente da Prefeitura de Fortaleza. Viadutos, ruas, avenidas, terminais de integração: intervenções urbanas que procuraram preparar a cidade para o futuro. O futuro já chegou, e apesar das novas exigências estruturais, o legado de obras deixado ainda influe diretamente no cotidiano da Capital. Na tarde de ontem, O POVO foi às ruas e constatou: Fortaleza ainda vive sob os efeitos da era Juraci Magalhães.
Uma das obras de maior impacto idealizadas por Juraci foi o novo Instituto Dr. José Frota (IJF), iniciado na sua primeira gestão e inaugurado no início do governo de Antônio Cambraia (PMDB) - mais exatamente em outubro de 1993 -, que elegeu-se graças à popularidade do antecessor. Passados mais de 17 anos, o IJF continua sendo o principal hospital de emergência do Estado e um dos maiores do Nordeste, atendendo, em média, 30 mil pessoas por mês.
Cumprimentamos a família do Dr. Juracy Magalhães neste momento de pesar.
É possível organizar as feiras na Capital ³
Nada disso existe mais. Somos a única grande cidade brasileira que não tem e se recusa a ter um sistema de planejamento. Enquanto esta demanda de planejamento não for recomposta ficaremos sempre na improvisação de soluções, como a atual, em que se determina aos fiscais do comércio ambulante a resolução da relocalização do comércio ambulante na Área Central. No puro espírito de "achismo", que já viu nos últimos anos.
Nos dias atuais, por ausencia deste ente "pensante", que seria o sistema de planejamento urbano e gestão, assim como um sistema de informações municipais, que acompanharia o crescimento urbano e suas nuances, de qualquer ordem, ficamos ao sabor dos atos da "improvisação de plantão". Com a prerrogativa dada aos fiscais do comércio ambulante de solucionar a questão da ocupação dos espaços públicos na área central, que não é a única daquele setor da cidade, estamos "criando" a 27ª instancia de planejamento em nossa cidade.
"Planejam" as secretarias municipais em várias instancias, "planejam" algumas secretarias, estaduais e órgãos correlatos, "planejam" instituições federais aqui localizadas. E agora esta "sindrome de planejamento", ordenamento e estruturação do territorio municipal alcança o quarto ou quinto escalão da Administração Municipal. Enquanto isto a SEPLA/ Secretaria Municipal do Planejamento e Gestão e seu Secretário Professor José Meneleu Neto "dormem em berço esplendido".
É possível organizar as feiras na Capital ²
- O Professor Eustógio Dantas, autor da dissertação “Comércio Ambulante no Centro de Fortaleza”, lembra dois momentos em que a cidade tentou realocar o comércio ambulante. O primeiro foi na chamada Administração Popular de Fortaleza, assinada por Maria Luíza Fontenele, em meados dos anos 80.Juracy Magalhães deu continuidade e consolidou esse ordenamento, determinando áreas de ocupação e produtos a ser comercializados.
- O POVO noticia esses tempos. Em 1986, o quarteirão entre as praças da Lagoinha e José de Alencar era popular como “beco da poeira”. Ali se despejavam “restos de carne e de peixes (vindo da rua 24 de Maio), bagaço de cana, frutas podres, papéis e plásticos”. Em novembro de 1987, começava a transferência “dos camelôs da José de Alencar”.
- Prometia-se, então, a “instalação definitiva no mercado público que será construído”. Os lugares estariam assegurados para comerciantes cadastrados na Associação dos Vendedores do Comércio Ambulante - que migraram, provisoriamente, para a Praça da Lagoinha - 52 barraqueiros, segundo O POVO.
- As propostas para relocação dos comerciantes do antigo “beco da poeira” iam desde a construção de um mercado público no local à implantação de feiras livres em outros bairros e de pontos de comércio nas áreas dos terminais de ônibus. “No entanto, o número de vagas é pouco, frente à grande quantidade de comerciantes”, mostrava O POVO de 14/11/1987. > Já em 22/4/1989, época em que Juracy Magalhães se tornava prefeito em exercício, O POVO informava: “Camelôs vão sair amanhã da Sé”. Eram 158 vendedores de frutas, verduras que mudariam para feiras livres, beco da poeira, mercados.
- Na gestão Juracy, “ambulantes congestionam Centro”, denunciava O POVO (2/11/1990). Uma notícia corriqueira. Na época, a estimativa do Departamento de Comércio Ambulante, órgão da Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos do Município, era de seis mil camelôs no Centro da Capital.
- A área que compreende o quadrilátero das Ruas Castro e Silva, 24 de Maio, General Sampaio e Pedro Pereira, identificava O POVO, era o trecho mais crítico, “onde impera a imundície. Ali, o transeunte pode encontrar desde alimentos, como peixes, carnes, vísceras e até produtos roubados à venda... Indiferentes aos transtornos causados à população, os camelôs invadem a passagem do pedestre e ainda se acham no direito de reinvidicar o espaço”.
Informações do Jornal O POVO, edição de hoje 22 de Janeiro de 2009.
É possível organizar as feiras na Capital ¹
Especialistas discutem a ocupação dos espaços públicos de Fortaleza por trabalhadores autônomos. O problema é do tempo da Idade Média. Os séculos IV a XV deram espaço para o comércio de excedentes e, dali em diante, especiarias e a última moda escoavam, oceanos afora, vindas das ruas do Oriente. E a Bíblia já testemunhava: o próprio Cristo condenou os vendalhões do templo, expulsando mercadores que se abancaram em pleno chão sagrado - a igreja, a propósito, era o ponto mais movimento de Jerusalém.
Mas as feiras continuaram, ao longo da história e das cidades. “O mercado informal não desaparece. A gente tem que aprender a conviver com ele”, sentencia Maria Clélia Lustosa Costa, professora do Departamento de Geografia da UFC e especialista em urbanização de Fortaleza. “O comércio de rua é histórico, os escravos já vendiam produtos na rua”, dialoga José Borzacchiello da Silva, pós-doutor em Geografia Humana. “E, na medida em que não há condições de emprego e renda para todos, há o comércio ambulante - também para a complementação da renda”, soma.
A ocupação das praças do Centro por feirantes puxa o fio da meada. Desde a última segunda-feira, oito fiscais da gerência administrativa do Centro (vinculada à Secretaria Executiva Regional II) percorrem o bairro em busca de um local para transferir, temporariamente, os ambulantes retirados da praça José de Alencar.
A expectativa é de que o novo endereço seja divulgado hoje. Urbanistas e geógrafos concordam em um ponto: o Centro deve continuar sendo o lugar desse comércio. Na opinião do professor Euler Muniz, coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), essa atividade é um atrativo para repovoar o bairro. “Poderia aproveitar essa demanda (clientes) como oportunidade para fortalecer o Centro, que se transformou em um grande vazio”, relaciona. Mas contrapõe: são necessários locais apropriados. “A cidade vai se modificando e o planejamento tem que caminhar junto com a cidade”, diz, sugerindo o envolvimento de profissionais da área de Urbanismo no processo.
“Pensar uma ocupação racional do Centro” é o que defende o professor Eustógio Dantas, do Departamento de Geografia da UFC. Autor da dissertação “Comércio ambulante no Centro de Fortaleza (1975-1995)”, o estudioso indica o aluguel de galpões da área como “única possibilidade” de ordenamento do caos em que se transformaram as feiras das praças públicas. A organização desse comércio informal, completa Dantas, é só a primeira ação. “A Prefeitura não pode apagar fogueiras. Tem que ter um plano mais amplo”, ressalta.
A ausência de controle das ocupações do espaço público, observa José Bozarcchiello, mais a ineficiência de políticas de geração de emprego e renda são determinantes na ampliação do problema. Para Bozarcchiello, é importante “buscar o mínimo de formalização desse mercado para que o estado possa ter controle sobre ele”. Saber quem é quem na multidão de feirantes, coibir a mercadoria pirata e cobrar as devidas taxas são algumas sugestões dos especialistas para ordenar esse caos.
Reportagem de Ana Mary C. Cavalcanteda para o Jornal O POVO. Reprodução unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Posse de Barack Obama renova expectativas sobre Copenhagen
"A gestão Obama será julgada não sobre os fracassos do passado, mas sobre os desafios do presente e do futuro", afirma Mike clark, diretor-executivo interino do Grenpeace Estados Unidos. "A histórica posse de Obama inicia um momento de grande potencial para todos nós", diz Clark. O futuro do clima será decidido durante o primeiro ano da administração Obama.
Depois dos poucos avanços obtidos durante a 14ª Conferência da ONU sobre Clima, realizada em dezembro de 2008 em Poznan, na Polônia, nos resta recuperar o tempo perdido para a próxima reunião, de Copenhagen, e os Estados Unidos têm papel fundamental no sucesso das negociações que resultarão na sucessão do Protocolo de Kyoto, a partir de 2012. "Ainda temos tempo para escapar dos piores efeitos do aquecimento global. Temos a habilidade para tanto. O que não tivemos até agora foi a vontade política", avalia Clark.
A expectativa sobre o direcionamento que o novo presidente americano dará às políticas de seu governo para enfrentar as mudanças climáticas é grande em todo o planeta. Para Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace Brasil, o mundo está carente de chefes de estado que demonstrem responsabilidade e liderança para salvar o planeta "de um desafio maior e mais longo que a crise econômica". "Esperamos que o presidente Obama transforme seu discurso eleitoral em ações concretas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos EUA e apoiar um novo acordo global em Copenhagen para combater o aquecimento global", diz Furtado.
Barack Obama se comprometeu, ao longo da campanha eleitoral americana, em tornar a ciência a base da política ambiental de seu país. E o consenso científico afirma que temos que cortar as emissões dos gases do efeito estufa em até 40% até 2020 para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. "Para isso, temos que promover o desmatamento zero nas florestas, gerar energia limpa e empregos verdes, proteger nossos oceanos, além de eliminar o uso de carvão, petróleo e outros combustíveis fósseis. Agora é a hora de Obama provar seu slogan: 'Sim, nós podemos'. É agora ou agora", afirma Furtado.
Do site do Green Peace Brasil http://www.greenpeace.org/
Divulgue sua tecnologia sustentável
O evento, que está na segunda edição tem o objetivo de divulgar tecnologias comprometias com as sustentabilidade dos seguintes setores: cidades, negócio rurais e conservação e manejo de ecossistemas. A organização da mostra ressalta que ela não é uma feira de empresas, e que não há interesses comerciais envolvidos.
Camelôs ocupam o "cuore" de Fortaleza
Fortaleza: uma cidade sem gestores
Neste quase um ano, todas as situações indevidamente ocupadas no "cuore" da cidade - o conjunto e praças centrais, com notoriedade para as Praças José de Alencar, Lagoinha e Pedro II, além da Av. Alberto Nepomuceno e Ruas João Moreira, Rufino de Alencar e José Avelino - tem se agravado e a predação, por esta ocupação indevida é geometricamente crescente. E não só isto: diversas seções de vias se transformaram também em estacionamentos de centenas de onibus e vans por ausencia de infraestrutura de apoio para receber os milhares de pequenos comerciantes que acorrem a estas situações, como as imediações da Praça da Sé, conhecidas como "Shop Chão", vindos de estados vizinhos do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará.
Não se manifestam, em nenhuma hipótese, as Secretarias Muncipais que deveriam estar envolvidas com o trato do ordenamento e estruturação do territorio municipal. Todas fazem "ouvidos de mercador": SEPLA/ Secretaria do Planejamento, SEMAM/ Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano e SEINF/ Secretaria da Infraestrutura. Assim como a Srª Prefeita Luizianne Lins e o Sr. Vice Prefeito Tin Gomes e nem os vereadores da Camara Municipal de Fortaleza. A cidade está registradamente acéfala para perplexidade de nós todos.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Emerge a nova pauta das cidades, por Fábio Campos
Nas cidades, a maturidade democrática estabeleceu a emergência de uma nova pauta, que não é política, mas passa pela política. Nas cidades, a pauta é o cotidiano dos cidadãos. A pauta está na idéia de que a cidade é de todos. Pobres, ricos e remediados convivem nas mesmas ruas. O espaço público passa a ser o centro das atenções. É o que importa. A maneira como as gestões municipais vão se relacionar com o espaço público vai ser o ponto definidor da qualidade das mesmas, com o mesmo peso do desempenho alcançado nas áreas de saúde, educação, saúde, transporte e limpeza.
OS ARGUMENTOS INFAMES E A CLAREZA DA LEI
Daí a imensa importância do que está acontecendo no Centro de Fortaleza. Bem no coração da cidade, a Praça José de Alencar foi cercada pela Prefeitura. É fato que a praça histórica precisava de reforma, mas é muito provável que a necessidade de impedir a sua ocupação pelo comércio ilegal motivou a decisão da Prefeitura. No ato, os comerciantes trataram de ocupar a Praça da Lagoinha, também histórica e a poucos metros da José de Alencar. A Prefeitura ainda age com muita parcimônia com tamanho abuso. A questão é mais simples de se resolver do que se imagina. A lei é clara. O espaço é público e a sua ocupação constitui um crime. Portanto, na defesa do interesse público, o “Estado” precisa se fazer forte e firme, não permitindo qualquer tipo de ocupação.
Mas aí lá se vem o argumento infame: “Querem criminalizar a questão social”. Balela. Destruir os espaços públicos não é a solução para problemas sociais. Outra conversa fiada: “Só se deve impedir as ocupações feitas pelos pobres se impedirem também as ocupações feitas pelos ricos”. Nova grande balela. Primeiro, boa parte do comércio na praça pública não é coisa de pobre. Segundo, o que vale para os pobres precisa valer para o rico. Abaixo todas as ocupações.
GESTORES DE REFERÊNCIA SÃO RIGOROSOS
Um erro comum é avaliar que reprimir as ocupações ilegais dos espaços públicos gera desgaste para os gestores. Pelo contrário. Os gestores que agiram com rigor nessa área costumam ser os mais reconhecidos pelos eleitores. São os que se transformam em administradores de referência. São os mais respeitados. Uma cidade bem organizada que consegue manter livres e bem cuidados os espaços públicos acaba tornando o seu dirigente um campeão de votos. Comerciantes ilegais, invasores de terrenos, donos de transportes piratas e poluidores não elegem ninguém. É assim em todas as cidades importantes do mundo.
Um prefeito que cuida bem dos espaços públicos, mantendo-os limpos, bem iluminados, arborizados e livres da privatização nos dá a certeza de que mantêm com a mesma competência os serviços públicos de educação, saúde e transportes. De volta à “questão social”: ledo engano crer que o comerciante deixará de vender seus produtos. A demanda por eles permanece e a inteligência natural do capitalismo fará com que sejam escoados sem a privatização do bem público.
Excelente artigo do Jornalista Fábio Campos publicadona coluna POLITICA, do Jornal O POVO, com data de hoje, 20 de Janeiro de 2008. Reprodução unicamente para divulgação.
Brasília ganha novo bairro no setor Noroeste
O projeto original de Lucio Costa, no entanto, sofreu algumas alterações, sob a coordenação do arquiteto Paulo Zimbres, responsável pelo projeto de Águas Claras, também no DF. Isso, segundo o secretário, foi feito para atender novas demandas e corrigir problemas encontrados no bairro Sudoeste, também previsto na proposta Brasília revisitada, e construído desde a década de 1980.
Um dos pontos alterados é a construção de três entradas em vez de uma, o que, segundo o secretário, deve melhorar o fluxo de veículos. Além disso, estão previstas mudanças no formato das áreas comerciais e na disposição do parque Burle Marx, que terá sua área aumentada de 175 para 300 hectares. O parque atende a proposta de que o Noroeste seja um bairro sustentável. Para isso, prevêem-se sistemas de reciclagem, uso de energia solar, reúso de água das chuvas, ciclovias e grande área verde.
O Noroeste terá área de cerca de 200 hectares, onde serão construídos 220 edifícios residenciais e outros 130 comerciais, que ocuparão 20 quadras. As moradias são do tipo superquadras, as mesmas que compõem as Asas Sul e Norte e o bairro Sudoeste.
O espaço do bairro Noroeste é a última área livre do Plano Piloto. Sua implantação foi proposta por Lucio Costa após uma visita à Brasília, na qual constatou que a distância entre o Eixo Monumental da rodoviária e a ferroviária havia dobrado de tamanho com relação ao projeto original, o que aconteceu porque a cidade "escorregou" para o Leste durante sua construção. Maria Elisa Costa, arquiteta da Casa de Lucio Costa e ex-presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), lembra que, segundo a proposta original do Plano Piloto, o crescimento de Brasília como metrópole é algo indesejado. "Crescimento é incompatível com a intenção de preservar a identidade original da cidade. Brasília não deve ser preservada porque é tombada, mas é tombada porque deve ser preservada", afirma. Para a arquiteta, a expansão deve ser pensada no restante da área urbana do DF, que sofre com o aumento da população urbana e com a ausência de um pólo gerador de empregos fora da capital. "Existe uma sobrecarga no trânsito do Plano Piloto, e a implantação do Noroeste significa, evidentemente, um acréscimo a essa sobrecarga", analisa Maria Elisa. Confira no site de AU a carta de Maria Elisa da Costa sobre o projeto do bairro Noroeste.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Espaço público: o debate precisa ser ampliado ²
"Muitas vezes, é frustrante viver em Fortaleza. Quem cruza a cidade, saindo deste a Ponte do Rio Ceará, passando pelo Carlito Pamplona, Pirambu, Jacarecanga, Praia de Iracema, Meireles, etc. vê um persistente descaso. Uma ausência de administração que quase se pode ouvir a cidade clamando por ser cuidada. Por uma ordenação mínima de seus espaços compartilhados. As praças, passeios, calçadas, ruas, calçadões, etc. são todos feitos, primeiro, para o uso privado, depois, se ninguém ocupa, é que é do público. É um abandono só. Fatiga qualquer um andar por Fortaleza e perceber que existe outras tantas cidades, com menores orçamentos, com um urbanismo e ordenanças muito mais apurados. Uma rigidez mínima na ocupação dos espaços.
Nossa cidade é vendida, tanto ao grande capital, incorporador imobiliário com fundos quase infinitos, como para o dono de uma carrinho de cachorro-quente. Cada qual, com seu respectivo impacto, toma um pedaço da cidade para si. O não envolvido que se lixe, que encontre uma maneira de enfrentar o trânsito caótico que será trazido por mais uma torre de apartamento, ou desvie seu trajeto da calçada ocupada pelo ambulante. Tudo é de todos e, ao mesmo tempo, de ninguém. Uma pena.
Em outras administrações a cidade havia dado sinais de retormar para si a ordem, mas, com o passar do tempo, interesses obscuros foram permeando a expansão urbana e, agora, o que temos é uma cidade tratada com desleixo. Engana-se quem coloca a culpa apenas no município! A culpa é de todos, sim! Quem deve fiscalizar e colocar o dedo na ferida, com a ajuda de uma imprensa comprometida com a população, é a sociedade! Então, se quisermos uma cidade linda como Fortaleza o foi dantes, teremos que lutar por ela e não, e maneira acomodada, deixar ao relento a cidade que vivemos.
Lui"
Feira da Sé amplia seus limites
Espaço público: o debate precisa ser ampliado
O lado bom nisso tudo é que a discussão foi ampliada. Deixou-se de lado a estreita perspectiva de que a saída dos camelôs das praças da Sé, José de Alencar e Lagoinha, por exemplo, é um mero caso de Polícia. Mas é preciso que a questão seja alargada mais ainda. Não pode ficar restrita à dicotomia praça-feirante. Na última quinta e sexta-feira, a repórter Mariana Toniatti mostrou a situação de total desrespeito em áreas nobres de Fortaleza.
Nas avenidas Dom Luís e Santos Dumont, dois ícones da pujança comercial na Capital, pedestre não tem vez. A velha e boa calçada em frente a lojas sofisticadas cedeu espaço para arremedos de estacionamento. Nesses dois corredores, para andar, o cidadão tem de fazer malabarismo entre os carrões. As perguntas que ficam são as seguintes: a noção de espaço público e o direito do ir e vir na Fortaleza de granito e vitrine são menores do que na Fortaleza dos sacoleiros? É o fator sócio-econômico dos “réus” que determina quem deve ser enquadrado na lei? Por último, uma provocação: quando o Ministério Público vai à Justiça questionar os sem número de estacionamentos recuados irregulares em Fortaleza? Quando sairá a primeira liminar?
A legislação deve ser aplicada em ambos os casos. Não dá para continuar fingindo que calçadas podem ser extensões de empresas, ao mesmo tempo em que se cobra a remoção imediata de camelôs que impedem a livre circulação em praças do Centro.
PERMISSIVIDADE E HIPOCRISIA
Separar o que é de uso coletivo de interesses privados é muito difícil, em um país onde a cultura cidadã é rasteira. Às vezes, beira a distorção e permissividade propositais. Na última sexta-feira, este colunista escreveu algo nessa linha para o Blog de Política (blog.opovo.com.br/política). O conteúdo do post, na íntegra, é o seguinte: “A classe média fortalezense que cobra força bruta do poder público para ‘esterilizar’ as praças da Sé, José de Alencar e tantas outras em nossa cidade, é a mesma que visita apartamentos decorados e faz test drive em veículos de luxo, cujas empresas instalaram-se de forma irregular em áreas nobres da cidade. Algumas, em áreas de preservação ambiental. É a mesma casta que adora mostrar para parentes e amigos que vêm de fora as belezas artesanais das barracas na Beira Mar. Às vezes, até arrisca uma comprinha também. Está na cultura do brasileiro: vista grossa para possíveis benefícios que lhe dizem respeito. Caso contrário, que se lixe. Polícia neles! Vamos chamar isso pela palavra certa: hipocrisia”.
A mensagem causou polêmica e foi duramente atacada por alguns. Duas observações. Primeira: a coluna reafirma o post. Segunda: é uma pena que a massa de vendedores ambulantes não tenha acesso a computador e Internet para colocar seus pontos de vista.
Comentários do Jornalista Erivaldo Carvalho, na Coluna POLITICA, do Jornal O POVO, de hoje 19 de Janeiro de 2009. Reprodução unicamente para ampliar o debate sobre a manutenção e preservação do espaços públicos em nossa cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Imagens da Praça José de Alencar
Theatro José de Alencar ameaçado
O problema das calçadas e espaços públicos
O assunto aparece quase todos os dias em jornais do Recife, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Aracaju, Salvador, Goiania entre outras capitais, com ênfase sobre a qualidade, ou má qualidade, dos passeios e a ocupação indevida dos espaços públicos, Várias destas cidades já configuraram Legislação específica e consolidaram ações de resgate destes espaços fundamentais para melhor qualidade da vida urbana.
Em Fortaleza, este tema há muito que não sensibiliza os nossos administradores municipais. 30 anos são passados desde que a última ação organizada de resgate do contexto dos espaços públicos deixou de ser uma medida constante dos gestores municipais. No presente, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, não demonstra ter qualquer intenção de regulamentar o uso e ocupação de qualquer espaço público em nossa cidade, como se isto não fosse de sua inteira responsabilidade.
Há mais de um ano que se reclama continuamente desta trajetória de crescente agravamento de situações, em toda a cidade de Fortaleza, sem exceção. O mantra é que os espaços públicos vem deixando de ser publicos em velocidade geometricamente crescente. Sugestões foram encaminhadas às Secretarias Municipais e à AMC e até proposições foram elaboradas inclusive quanto ao aprimoramento da Legislação municipal específica, tendo como modelo os avanços conseguidos em outras cidades brasileiras mencionadas. Lamentavelmente, nenhuma resposta vem da parte da administração municipal. Reina silencio absoluto sobre o tema.
Ocupação histórica
Ao longos dos anos, porém, os sucessivos governos municipais mudaram de atitude em relação à questão, havendo uma intensificação da ocupação dos espaços da cidade. Maior abertura para o comércio informal, de acordo com Dantas, se deu ainda a partir do fim dos anos 90. O geógrafo Eustógio Dantas ressalta que mesmo diante da situação atual, é possível ordenar o grande número de ambulantes implementando um acompanhamento minuncioso, com fiscalização.
Embora defenda que o comércio ambulante é um grande gerador de renda e emprego, a professora Clélia Lustosa, do Departamento de Geografia da UFC, concorda que a administração da cidade não pode deixar que a atividade ocupe todos os espaços públicos como vem ocorrendo. Ela alerta que uma solução para o caso deve ser pensada de várias formas.
Reportagem da Jornalista Rosa Sá para o jornal O POVO, data de hoje, 18 de janeiro de 2009. Reprodução unicamente para divulgação.
Praças ocupadas: urbanistas reclamam da omissão do poder público
"O ordenamento do espaço público em Fortaleza é algo que foi relegado ao 15º plano pela administração municipal. Falta portanto, vontade política para resolver o problema”. A opinião é do arquiteto urbanista José Sales, que comenta o quanto a questão da ocupação irregular dos espaços de Fortaleza vem se agravando nos últimos anos. Ele lembra que isso não ocorre somente na área central, mas em vários pontos da cidade, incluindo a avenida Beira Mar, um dos principais pontos turísticos da capital cearense. Sales chama a atenção para o fato de Fortaleza “não ter mais calçadas”, o que vê como uma grande prova de que temos uma cidade que não privilegia o ser humano. "Aqui chega-se ao cúmulo de privatizar esses passeios que são os locais para as pessoas caminharem”, diz, citando ainda o desnível entre as calçadas e os obstáculos fixos e móveis que são colocados no caminho do pedestre.
Para o arquiteto, em Fortaleza o espaço que é público deixa de ser de fato público quando a Prefeitura concende licenças para colocação de propagandas, para cortar as calçadas para servir de estacionamento de veículos e para a montagem de bancas de ambulantes. Sales ressalta que essa é uma questão disciplinada pelo Código de Obras e Posturas. O arquiteto cita o caso da avenida Gomes de Matos, no bairro do Montese. Para ele, se trata de um exemplo de via que “já não tem sequer um metro de calçada para o pedestre circular”.
Retornando ao Centro da cidade, ele fala da praça José de Alencar, lembrando que há tempos a direção do Theatro José de Alencar alertava que a situação estava insustentável. Somente após a cobrança do Ministério Público é que a administração municipal se manifesta cercando a área para uma reforma. O arquiteto reforça a ausência de vontade política no que diz respeito a uma solução para a feira da praça da Sé. Para ele, a continuar no ritmo que vai, em poucos anos Fortaleza estará completamente inviável.
Matéria elaborada pela jornalista Rosa Sá, no Jornal O POVO, de hoje, 18 de Janeiro de 2009. Reprodução unicamente para divulgação.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Prefeitura isola Praça José de Alencar
A proposta da reforma de Praça José de Alencar e entorno se arasta há quase 10 anos. Em 2000, na Gestão Juracy Magalhães, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, organizou um concurso nacional de anteprojetos de arquitetura e urbanismo, sob coordenação do IAB/ Direção Nacional, com objetivo de requalificar aquele logradouro e seu entorno que incluia a Praça da Lagoinha, além de definir uma nova localização para o Beco da Poeira, de forma a permitir a instalação da Estação Praça da Lagoinha do Sistema METROFOR.
Nos anos seguintes as obras de reforma das Praças José de Alencar e Lagoinha foram iniciadas e se estenderam até fins de 2004, sem a devida complementação das mesmas. Ao mesmo tempo, as obras do novo Beco da Poeira foram iniciadas, com recursos repassados pelo METROFOR.
Em 2005, a Gestão Luizianne Lins, considerou que a requalificação das Praças José de Alencar e Lagoinha não era mais prioridade da administração municipal. As obras foram suspensas, sem data para retomada. A partir desta data ambas as praças passaram a ser ocupadas pelo comércio ambulante. A partir de meados de 2008, a situa se agrava ainda mais e o comércio ambulante se instala precariamente em ambas as situações. A fiscalização municipal se torna esporádica quando não ausente.
Com o agravamento da situação de ocupação do espaço público em todo o Centro da cidade a Prefeitura toma medidas extremas de colocar tapumes em todo o entorno da Praça José de Alencar e divulga que o projeto de reforma e requalificação será retomado. Não existem informações sobre a situação do Beco da Poeira e das novas instalações do mesmo, até hoje inconclusas.
Nenhuma das secretarias e organismo municipais - SEPLA/ Secretaria do Planejamento e Gestão, SEMAM/ Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano, SEINFRA/ Secretaria da Infraestrutura, SER II/ Secretaria Executiva Regional II, Secretaria Especial do Centro e AMC/ Autarquia Municipal da Cidadani - faz qualquer declaração sobre os recentes acontecimentos e sobre o que será consolidado nas Praças José de Alencar e Lagoinha. Todas as ações estão ao encargo da Guarda Municipal, tão somente.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Leitores do Jornal O POVO apontam soluções
Em São Paulo existe o PEC que é o Plano Emergencial de Calçadas. Quem não conocrdar com o nivelamento imposto pelo pode público para multa que chega a 8 mil reais, etc. Há ainda o exemplo da cidade de Haren na Holanda onde foram criadas várias áreas comuns "woonerf" ficando a calçada no mesmo nível da rua com a diferênça apenas das cores nos ladrilhos.
O CREA e os Arquitetos podem se reunir com o poder público para opinar melhor sobre tão importante tema muito bem abordado pelo Jornal O Povo em tempo de tão difíceis andanças...
Do leitor André Noronha Brasil.
Falta de calçadas em Fortaleza: há solução?
Reportagem do Jornal O POVO, de hoje, dia 16 de Janeiro de 2009. Vale a pena conferir.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Um passeio na Praia de Iracema
Área de lazer das camadas sociais mais elevadas na década de 1920 e berço da boemia cearense a partir de 1950, a Praia de Iracema agora é ocupada por condomínios residenciais e muitos restaurantes e hotéis. No livro, o autor não se limita a paisagem atual e apresenta traços e narrativas, com as belezas e singularidades do lugar.Além de levar o leitor em um passeio pelo passado e o presente do tradicional bairro de Fortaleza, o autor estimula o exercício de projetá-lo para o futuro.
O livro, que contém manuscritos e desenhos feitos por Campelo Costa há mais de dez anos, propõe uma reflexão sobre o processo de transformação do bairro, ao longo dos anos, mas sem descambar para o saudosismo. O autor vai muito além do caráter estético em suas discussões.Restauro e requalificaçãoCampelo Costa sugere propostas e critica ações que nunca saíram do papel.
O autor conhece bem o assunto que aborda. É um apaixonado pela Praia de Iracema e tem no currículo importantes trabalhos desenvolvidos nas áreas de restauro, adaptação e requalificação urbana para sítios históricos tombados no âmbito federal. E exerceu diversas funções públicas em instituições públicas municipais e federais e, como autônomo, ou em equipe, executou projetos e obras no Ceará e em outras regiões do país.
Acessibilidade em Fortaleza: uma expressao inexistente
Os lojistas encaram o que deveria ser calçada como extensão do imóvel, espaço decorativo, estacionamento para clientes. “Como é que eu passo aqui com um carrinho de criança?”, pergunta o turista carioca Hélio Ricardo, 40. “O próprio lojista perde porque não tem como passear tranqüilo”. Os shoppings têm como vantagem a compra por impulso no flerte com as vitrines, as lojas da Dom Luís, da Santos Dumont e arredores não podem contar com isso. Não dá para flanar.
Da mesma reportagem de Mariana Toniatti, no jornal O Povo de hoje, 15 de janeiro de 2009.
Espaço público: uma corrida de obstáculos
O que deveria ser um passeio bom, olhando vitrines, de mãos dadas ou sozinho, sem preocupação. Há muito o que ver e fazer na avenida Dom Luís e arredores. A concentração de lojas de grife, shoppings de rua, bares e restaurantes transforma o trecho num corredor interessante. Mas o que era para ser uma caminhada agradável, vira uma corrida de obstáculos, um passeio totalmente sem charme, um teste de paciência. É que as calçadas são dos carros. Rasgadas, viram estacionamento. O pedestre que siga em ziguezague, no asfalto e se esprema entre os carros parados.
“É um sobe e desce. Tem que ir costurando. O carro toma as calçadas e a gente tem que se virar”, resume o cozinheiro Murilo Silva, 23, que caminha uns cinco metros na pista da avenida Dom Luís, disputando espaço com os veículos. Na avenida Santos Dumont, o problema se repete. “Acabei de ter que andar no meio da rua para poder seguir. O estacionamento deixa a gente tão imprensado que não tem outro jeito”, diz Stênia Pinheiro, 28.
Estamos no miolo do bairro mais nobre de Fortaleza. O problema da falta de calçadas não é exclusividade da periferia. “Essa cidade não foi feita para o pedestre de jeito nenhum”, constata o designer Filipe Araújo, 23, acostumado a andar a pé. Onde ele está, na rua Barbosa de Freitas, que liga as duas avenidas, o desnível entre uma calçada e outra é de quatro degraus.
Na Santos Dumont, degraus, rampas e muretas interrompem o caminho constantemente e, em muitos pontos, a calçada está quebrada. Na pista sentido praia-sertão, entre a rua Coronel J ucá e Tibúrcio Cavalcante, não há sequer um quarteirão padronizado para caminhar tranqüilamente, exceto o do shopping Del Paseo. “Todo canto da cidade é assim. Um calçada alta, outra baixa, outro pedaço sem calçada. Cadê a multa? Cadê os fiscais?”, reclama João Rocco, 65. Thiago Simplício, 21, prefere andar na pista, disputando espaço com os carros, mesmo ciente do risco. “É mais rápido do que ir pelo meio dos carros na calçada”.
Reportagem de Mariana Tonniati, no jornal O Povo de hoje, dia 15 de Janeiro de 2009.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
A solicitação da Justiça e a "não resposta" da Prefeita Luizianne Lins
A decisão foi tomada depois da série de prorrogações de prazo para a saída dos feirantes e da não apresentação, por parte da Prefeitura Municipal de Fortaleza, do plano de transferência e do local para onde o comércio será realocado.
A 7ª Vara encaminhou ao comando da Polícia Militar do Ceará (PM-CE) um ofício pedindo apoio policial na retirada dos feirantes. O comando informou, no entanto, que, até a noite de ontem, não havia recebido o ofício.Segundo a juíza, a retirada vai ser acompanhada pelo Ministério Público, que vai estabelecer quando vai ocorrer a ação. ‘‘Em princípio, a liminar deve ser cumprida. Mas estamos aguardando a manifestação do Ministério Público e da Prefeitura no sentido de marcar uma audiência para discutir a questão’’, explica a juíza.
Caso a Prefeitura apresente o plano de retirada e o novo local para os feirantes, outro prazo pode ser acordado.‘‘Mas só vai haver uma nova prorrogação se o acordo foi feito em juízo. Ficamos decepcionados com a falta de boa vontade da Prefeitura em cumprir o que foi determinado depois de todo esse tempo’’, reiterou o promotor José Francisco de Oliveira Filho, titular da 2ª Promotoria do Meio Ambiente e Planejamento Urbano, que responde temporariamente pela 1ª Promotoria.
Em nota divulgada através do site oficial, a Prefeitura de Fortaleza reafirma que, apesar do interesse em retirar os feirantes da praça e do trabalho intensivo das equipes técnicas, ainda não há prazo definido para a apresentação do plano de remoção e do novo endereço da feira. A coordenadoria de comunicação também informou que, ontem à tarde, houve uma reunião para finalizar o estudo técnico de possíveis locais para a feira, que serão apresentados para a prefeita Luizianne Lins.
Continua o impasse sobre a Feira da Sé
São centenas vendedores de confeções e outras centenas de compradores oriundos dos Estados do Piauí, Tocantins, Maranhão e Pará e nenhuma solução ao impasse da parte da equipe municipal que demonstra mais uma vez sua incrível inapetencia para com a gestão urbana e notadamente dos espaços públicos da cidade de Fortaleza.
A Srª Prefeita Municipal não se manifesta e nenhum único um unico secretário municipal ou responsável por qualque órgão público municipal aparece para dar qualquer declaração sobre o caso ou sobre perspectivas institucionais e urbanísticas de solução do problema.
São os responsáveis diretos por soluções ao problema: a Secretaria Especial do Centro, a Secretaria Executiva Regional II, a SEMAM/ Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano, a SEPLA/ Secretaria Municipal do Planejamento e Gestão, a SEINFRA/ Secretaria da Infraestrutura e a AMC/ Autaquia Municipal da Cidadania. Todos os dirigentes se recusam a falar. O centro da cidade de Fortaleza é hoje uma terra de ninguém e retrata o descaso da gestão municipal para com a nossa cidade.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Estação Ecológica de Aiuaba
Há exemplares de aroeira, imburana, angico, umbuzeiro, pau-d’arco, peroba, catingueira, juazeiro e várias espécies de cactos. Em meio à mata, aves silvestres sobrevivem e embelezam o lugar com cantos e cores variadas. O isolamento, o subdesenvolvimento do município e a dificuldade de acesso contribuíram para a preservação natural da caatinga.
“Foi uma área que se manteve praticamente intacta até o Governo Federal criar essa unidade ecológica”, explica Manoel Cipriano de Alencar, chefe da Estação, que desde novembro de 2007 é administrada pelo Instituto Chico Mendes. “O nosso objetivo é a preservação integral da mata nativa e da fauna”, esclarece.
A Estação Ecológica de Aiuaba mantém um programa de distribuição de mudas de árvores nativas. De acordo com a direção da unidade, são entregues, em média, cinco mil mudas por ano produzidas em canteiro próprio. “É preciso mudar a consciência dos agricultores para a necessidade de preservação do meio ambiente”, disse Alencar. “Não basta apenas plantar a árvore é preciso ser um defensor da ecologia”.
O município de Aiuaba, na região dos Inhamuns, está localizado entre serras e apresenta um relevo acidentado. É uma das áreas mais secas do Ceará. O solo em sua maioria é pedregoso. A caatinga arbórea e arbustiva, tipo xique-xique, mandacaru é característica do lugar. Animais de pequeno porte como ovinos e caprinos têm boa adaptação. O verde das plantas xerófilas típicas da caatinga e a seca convivem no sertão de Aiuaba.
Reportagem de hoje, do Jornalista Honório Barbosa para o Caderno Regional do jornal Diário do Nordeste. Reprodução unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados. Imagem de um Acauã - Herpetotheres cachinnans - Laughing Falcon. Fotografia de Ciro Albano. http://www.flickr.com/photos/ciroalbanofotos/
domingo, 11 de janeiro de 2009
Florestas urbanas só incomodam
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
A consolidação do Geopark Araripe
As diretrizes propostas tem que ser entendidas e incorporadas pelo conjunto de Secretarias e URCA/Universidade Regional do Cariri, que representam o Governo do Estado do Ceará envolvidas na consolidação do Geopark Araripe - Ciencia e Tecnologia, Cidades, Turismo, Cultura, Planejamento e Gestão - como um dos mais significativos projetos de desenvolvimento sustentável do Cariri, da Bacia Sedimentar do Araripe e do Ceará.
Tem que ficar claro aos gestores destas Secretárias de Estado e URCA, que nosso primeiro prazo de consolidação do Geopark, de três anos, já está quase esgotado. Vinte e sete meses são passados desde que o credenciamento do Geopark Araripe, proposto pela Missão UNESCO, foi aceito pela Rede Global de Geoparks Naturais. Em breve teremos uma nova Missão UNESCO entre nós, para uma nova avaliação de suficiencia e por conseguinte novos resultados devemos apresentar.
Os esforços de todos que contribuiram para reconhecimento da proposição desde fins de 2005, quando da elaboração do "Application Dossier for Nomination Araripe GeoPark, State of Ceará, Brazil" estão devidamente registrados. Só que a insistencia de alguns setores do Estado, por motivos próprios ou mesmo por carencia de experiencia no trato destas questões, em querer determinar um novo roteiro, novos prazos e novas formas de abordagem ou seu atrelamento a outros Programas de Governo, podem não ser convenientes, neste estágio da situação, onde se exigem resultados quanto ao ordenamento, estruturação e dotação de infraestrutura.
As realizações mais evidentes, até agora que se deram no Plano da Divulgação: Exposições - Crato, Osnabrück, Fortaleza - Publicações, Folders, Seminários, reportagens nos diversos veículos de comunicação local e nacional, são essenciais para divulgar o conceito de preservação e iniciar um roteiro de educação ambiental necessária, mas muito mais tem que ser feito e de forma urgenciada: o Geopark Araripe tem que ser consolidado em suas partes, conforme foi proposto e acordado com os organismos internacionais, que o credenciaram como participante da Rede Global de Geoparks Nacionais.
Este alerta já foi dado por vários especialistas e estudiosos que visitaram todos os geotopes, recentemente, como o próprio Prof. Gero Hillmer, o "inventor"do nosso Geopark Araripe, como o Dr. Armindo Jacinto, Diretor Geral do Geopark Naturtejo, que verificaram a integral ausencia de manutenção nos mesmos, o comprometimento ambiental em alguns casos e a depredação dos totens de identidade e sinalização. E esta agora mais uma vez sendo repetido por nós.