domingo, 25 de janeiro de 2009

O caminho dos investimentos ²

Há um mês, às vésperas do Natal, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou o novo Plano Diretor para o município. O documento traçará diretrizes para o reordenamento e desenvolvimento urbano da capital cearense nos próximos dez anos. O texto deve ser sancionado ainda no início deste ano pela Prefeita Luizianne Lins, e assim entrar em vigor. Mas o setor imobiliário, agente importante no processo de crescimento da cidade, já começa a esboçar o caminho de seus próximos investimentos.

A tendência é de que os empreendimentos imobiliários continuem sendo lançados nas regiões Leste e Sudeste do município. A novidade é de que a noroeste da cidade, em alguns bairros mais consolidados, também há expectativa de expansão de habitações mais populares, já que os custos dos terrenos nesta área devem cair com o novo Plano Diretor.

Fortaleza já é a quarta capital mais populosa do Brasil, com 2,43 milhões de habitantes, de acordo com a última contagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Mas toda essa população, como na maioria dos grandes centros urbanos, está mal distribuída do ponto de vista socioeconômico e territorial.

De um lado, há uma Fortaleza dotada de infra-estrutura urbanística saturada. Do outro, uma cidade com serviços urbanos precários e poucas opções de lazer. A expectativa é de que, com o novo Plano Diretor, se contenha o processo de ocupação de algumas áreas saturadas, como os bairros nobres da Aldeota e Meireles e se ocupe áreas com imóveis vazios ou subutilizados como o Centro; e se incentive a construção de novas habitações de interesse social em áreas como o Pirambu e a Barra do Ceará. Não basta construir Mas a construção de imóveis por si só não determina o crescimento urbano sustentável, embora seja importante no desenho da cidade. Muitas vezes, o setor é visto como o vilão da desorganização espacial da cidade, em especial, pela prática da especulação imobiliária, que o novo Plano Diretor pretende inibir com alguns instrumentos de planejamento urbano, como o IPTU progressivo no tempo.

Da reportagem do Jornal O POVO da data de hoje.

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