quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

É possível organizar as feiras na Capital ²

  • O Professor Eustógio Dantas, autor da dissertação “Comércio Ambulante no Centro de Fortaleza”, lembra dois momentos em que a cidade tentou realocar o comércio ambulante. O primeiro foi na chamada Administração Popular de Fortaleza, assinada por Maria Luíza Fontenele, em meados dos anos 80.Juracy Magalhães deu continuidade e consolidou esse ordenamento, determinando áreas de ocupação e produtos a ser comercializados.
  • O POVO noticia esses tempos. Em 1986, o quarteirão entre as praças da Lagoinha e José de Alencar era popular como “beco da poeira”. Ali se despejavam “restos de carne e de peixes (vindo da rua 24 de Maio), bagaço de cana, frutas podres, papéis e plásticos”. Em novembro de 1987, começava a transferência “dos camelôs da José de Alencar”.
  • Prometia-se, então, a “instalação definitiva no mercado público que será construído”. Os lugares estariam assegurados para comerciantes cadastrados na Associação dos Vendedores do Comércio Ambulante - que migraram, provisoriamente, para a Praça da Lagoinha - 52 barraqueiros, segundo O POVO.
  • As propostas para relocação dos comerciantes do antigo “beco da poeira” iam desde a construção de um mercado público no local à implantação de feiras livres em outros bairros e de pontos de comércio nas áreas dos terminais de ônibus. “No entanto, o número de vagas é pouco, frente à grande quantidade de comerciantes”, mostrava O POVO de 14/11/1987. > Já em 22/4/1989, época em que Juracy Magalhães se tornava prefeito em exercício, O POVO informava: “Camelôs vão sair amanhã da Sé”. Eram 158 vendedores de frutas, verduras que mudariam para feiras livres, beco da poeira, mercados.
  • Na gestão Juracy, “ambulantes congestionam Centro”, denunciava O POVO (2/11/1990). Uma notícia corriqueira. Na época, a estimativa do Departamento de Comércio Ambulante, órgão da Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos do Município, era de seis mil camelôs no Centro da Capital.
  • A área que compreende o quadrilátero das Ruas Castro e Silva, 24 de Maio, General Sampaio e Pedro Pereira, identificava O POVO, era o trecho mais crítico, “onde impera a imundície. Ali, o transeunte pode encontrar desde alimentos, como peixes, carnes, vísceras e até produtos roubados à venda... Indiferentes aos transtornos causados à população, os camelôs invadem a passagem do pedestre e ainda se acham no direito de reinvidicar o espaço”.

    Informações do Jornal O POVO, edição de hoje 22 de Janeiro de 2009.


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