sábado, 3 de janeiro de 2009

Movimento em SP pede a derrubada do Minhocão

Moradores do Arouche, da rua Amaral Gurgel e região preparam movimento pedindo a demolição do Minhocão como forma de incentivar a revitalização da área. Janeiro de 2009 vai marcar o lançamento da campanha Amo Sampa, que tem como objetivo principal a defesa da demolição do Minhocão, inaugurado no aniversário da metrópole em janeiro de 1971 pelo então prefeito Paulo Maluf.

“Entendemos que revitalização do Centro não avança sem essa medida. Não adianta a Prefeitura criar novos projetos como o Nova Luz, que na verdade só pensa em permitir a exploração de áreas do Pari e da Vila Maria, que ainda não têm grandes prédios. O poder público se esquece aqui deste lado, deixa de cuidar da Barra Funda, dos Campos Elíseos e da Vila Buarque”, diz o jornalista Wolmir Matos, da Ação Local Largo do Arouche.

Como primeiro ato da campanha, o movimento lançou no último dia 16 de dezembro o Livro Caminhos do Minhocão, com organização de Rosa Artigas, Joana Mello e Ana Claudia Castro. Editado pela Imprensa Oficial do Estado, reúne projetos apresentados por diversos arquitetos e especialistas para o Minhocão. “Há uma proposta para tornar o Minhocão num jardim suspenso.

De que adianta se a prefeitura não cuida nem dos jardins que já existem no solo, imagine no alto? - questiona Wolmir - Nenhum imóvel vai valorizar aqui, não valorizou nem com a implantação do metrô. Em todo lugar que o metrô passou valorizou o imóvel, veja se aqui mudou alguma coisa?.” A proposta do movimento é a demolição do elevado, criando em seu lugar uma avenida arborizada, com ciclovia, fazendo o mesmo trajeto.

“Também ajudaria desativar algumas linhas de trens e criar vias públicas no lugar, uma proposta que o José Serra apresentou quando assumiu a Prefeitura em 2004. Mesmo se não desativar as linhas férreas dá para criar vias expressas ao lado, resolvendo a ligação Leste-Oeste. Temos que pressionar as autoridades senão nunca vão tomar providências. Vamos ficar mais 30 anos esperando?”

O jornalista lembra que em Boston “derrubaram o minhocão deles e a revitalização do Centro foi rápida, mudou todo o panorama. É o que precisa aqui em São Paulo.” Kassab se disse favorável O prefeito Gilberto Kassab já se manifestou favorável à demolição do Minhocão, mas ressaltou que é uma medida que não deverá ser tomada ainda em seu segundo governo, que vai até 2012.

“Precisamos de uma ação mais rápida, mais objetiva, não só discurso político – destaca Wolmir Matos. - Primeiro vamos lançar um abaixo-assinado em janeiro, através do movimento Amo Sampa. As associações de moradores vão colher assinaturas e mobilizar voluntários, já que não temos verba. Depois, faremos uma exposição nas janelas dos apartamentos no entorno do Minhocão, que aderirem à campanha.” Os moradores da região querem mostrar os problemas criados ou agravados pelo Minhocão, como a desvalorização dos imóveis, fuga do parque gastronômico e hoteleiro e de escritórios que se mudaram para a região da avenida Eng. Luiz Carlos Berrini e a zona Sul.

“Custa R$100 milhões de reais para demolir, a Prefeitura conseguiria o dobro se em seguida fizer uma revitalização pra valer aqui no Centro, já que incentivaria os investimentos em vários setores”, enfatiza Wolmir. (17/12/2008)

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal... seria ótimo se o minhocão não existisse mesmo... Mas e o trânsito da região que depende dessa joça pra escoar? Como vai ficar? Será que ninguém pensa nisso? A beleza do local é o que vale? E a saúde dos nervos dos moradores do entorno da região do minhocão? Seria necessário alargar ainda mais a Avenida São João, criar vias, caminhos alternativos, desapropriar todos os prédios que beiram o minhocão na altura da Avenida General Olímpio da Silveira... Não são só centenas de moradores que teriam de abandonar seus lares, o custo alto de indenizações que demoram no mínimo décadas para serem pagas, e o comércio que circunda a obra? É simples pensar em embelezar a região estando longe do minhocão, confortáveis em ruas distantes na Vila Buarque, Santa Cecília, Campos Elíseos e a região baixa da Barra Funda...

E quem mora na região da Praça Marechal Deodoro???? Durante as obras ( se é que isso vai acontecer mesmo, eu acho quase impossível...), como hão de ficar o trânsito e os moradores, imaginaram o desmesurado transtorno??? E as linhas de ônibus implantadas bem embaixo dele???

Fácil imaginar as coisas... quero ver pôr em prática... Se um pontinho de alagamento em São Paulo pára a cidade toda, imaginem um canteiro imenso de obras na região central, ponto nevrálgico do trânsito caótico como não há de ficar meses, até anos a fio???

Antes de pensar em embelezar a cidade temos de pensar em suas bases estruturais como o trânsito, linhas de ônibus, residencias... Aqui não é Boston... a realidade é outra bem diferente, nossa estrutura política é outra, a burocracia é enorme, os riscos de acidentes são enormes, haja visto a obra da linha amrela do metrô... contratam-se empresas através de lobby e serviço de qualidade e com segurança mesmo, nada...

Cuidado com o q vcs pensam, aqui não é o País das Maravilhas, acordem, bando de Alices...!!!!!!!!!