Há pouco mais de um mês, o Brasil foi indicado como um dos países que mais entendem de urbanização de favelas no mundo. Foi durante o Simpóiso Internacional de Pesquisas Urbanas, realizado em Marseille, no litoral sul francês. Acontece que deter conhecimento não faz do país uma sumidade no tema. Especialmente quando se leva em consideração a qualidade sanitária e ambiental da maioria dos moradores destes conglomerados urbanos. Isso para não mencionar as pressões sobre as áreas verdes. Em julho, o Programa de Pesquisa Habitare, da FINEP/ Financiadora de Estudos e Projetos, lançou versão online de mais um manual com procedimentos para gerir urbanizações, na tentativa de ajudar o governo. A versão impressa do trabalho está prevista para sair em setembro.
Com taxa de urbanização de 78,4%, segundo dados do IBGE/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil ainda não encontrou meios de alocar de modo digno e respeitoso com o meio ambiente todos os habitantes citadinos. A região metropolitana de São Paulo, por exemplo, formada por 39 municípios, não pára de se expandir. Quem vive por aqui nota claramente isso. São 19,6 milhões de habitantes, crescimento anual de 1,33% e uma taxa de urbanização de 94,9%, segundo dados da EMPLASA/ Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, órgão do governo do estado. Situação preocupante para uma região que luta para manter em pé os poucos fragmentos de Mata Atlântica que a rodeiam, uma vez que as favelas tomam, com cada vez mais rapidez, o entorno das cidades.
Na capital paulista, para restringir ainda mais o cenário, a população é de cerca de 11 milhões. Aproximadamente 10% desta gente toda, ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas, vivem nas 1.637 favelas espalhadas hoje pela cidade, segundo o sistema de informações da Secretaria de Habitação do Município de São Paulo. O site da prefeitura ainda informa que grande parte dessas favelas, senão a maioria delas, está em propriedade municipal, isto é, em área que a administração municipal descuidou e foi ocupada irregularmente. “A favela existe em terrenos desocupados, áreas que não têm atrativo comercial ou sem proprietários bem definidos. Entre elas estão encostas de morros, ao lado ou mesmo dentro de córregos e mares, por exemplo”, diz Alex Abiko, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e especialista em urbanização de favelas e sustentabilidade urbana.
As áreas podem até não ser interessantes no pondo de vista comercial, mas possuem outros atrativos ainda mais relevantes, como porções de Mata Atlântica ainda conservadas. Exemplos disso são os Parques Estaduais do Jaraguá e da Cantareira, além dos Parques Ecológicos do Tietê e Guarapiranga, fortemente pressionados pela expansão urbana.
Fonte O ECO em matéria de Cristiane Prizibisczki http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/22286-o-perfil-da-nossa-urbanidade. Vale a pena conferir, acessando os mapas disponíveis.
domingo, 16 de agosto de 2009
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