Em uma análise da proposição, a Professora Vanda Claudino/ Geografia UFC afirma que o controle do fluxo fluvial sem dúvidas trará impactos para a dinâmica do ecossistema manguezal, que precisa de uma mistura permanente de água doce e água salgada para sua existência. Os níveis de salinidade, com evidente clareza, serão alterados.
Assim, a tendência é que ocorra com o manguezal do Rio Cocó o que ocorre com outros sistemas naturais, a exemplo das dunas da Sabiaguaba: não há destruição completa do ecossistema in situ, porém, a mudança da dinâmica natural no entorno vem destruindo o ecossistema da mesma forma, por obstrução da capacidade natural de regeneração e revitalização espontânea. Ademais, calcula, com a barragem, haverá redução do transporte de areias para a zona litorânea pela ação fluvial, inexoravelmente resultando em erosão da faixa da Praia do Futuro.
“Quanto ao aprofundamento do rio, as informações têm sido fornecidas pelos meios de comunicação, pois não constou de nenhuma das poucas e superficiais discussões sobre o projeto”, informa. O que seria uma dragagem do entulho superficial transformou-se então em aprofundamento do rio? O processo indica raspagem de elementos nutrientes, de depósitos sedimentares naturais, de mudança de nível de base, com implicações ecológicas possivelmente catastróficas para a biota local. Onde esses riscos estão sendo avaliados e discutidos?, questiona a Professora Vanda.
Assim, conclui, o projeto em tela tem sido apresentado como de revitalização do Rio Cocó.“Parece se tratar de um projeto de morte e artificialização do rio”. Urbanizado em suas margens, barrado em seu fluxo, aprofundado por meios artificiais, esterilizado em sua capacidade biológica
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
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