segunda-feira, 31 de agosto de 2009

TV Cariri inicia a programação em Juazeiro em Outubro

Começa a operar, a partir do próximo dia 1º de outubro, a mais nova emissora do Sistema Verdes Mares de Comunicação, a TV Cariri (Canal 9), de Juazeiro do Norte (Região do Cariri). A emissora será a segunda retransmissora da Rede Globo no Estado e a 122ª do Brasil. O sinal atingirá mais de 60 municípios, chegando até Crateús, ultrapassando, assim, metade do Estado, segundo a direção técnica da TV Cariri que, a partir de setembro, entra em fase experimental. Até agora, como certo na programação, uma edição do Bom Dia Ceará. Além da TV Cariri, já opera em Juazeiro do Norte a TV Verdes Vales de propriedade do deputado federal Manuel Salviano.

Fortaleza: Leis x caos urbano

Festival de irregularidades. É assim no Centro de Fortaleza, uma terra dos sem-lei. O POVO foi às ruas mostrar que leis existe, só não são cumpridas. Pelo menos a maior parte delas. Elas estão bonitinhas no papel, mas não funcionam. Em uma manhã pelo Centro de Fortaleza, coração da cidade, facilmente percebe-se o descumprimento das leis. É a meia metropolitana que não existe, a fila do banco que demora mais que permitido, caixas de som que azucrinam o juízo de quem transita pela rua e o bar que vende bebida alcoólicas e cigarros a menos de 300 metros de escolas.

Fonte: Jornal O POVO, com data de hoje.

Theatro José de Alencar homenageia Burle Marx

No centenário de nascimento de Burle Marx, o TJA realizou visita guiada ao jardim projetado pelo paisagistaO consagrado paisagista Roberto Burle Marx, que deixou um grande legado para o paisagismo nacional, foi homenageado na programação deste domingo do Theatro José de Alencar.

No jardim criado por Burle Marx, em 1970, Alba Alves e Vilani Moreira guiaram os visitantes num percurso, a partir das 16 horas, pelas belas espécies da flora nativa que embelezam aquele espaço do Teatro.Apaixonada pela obra de Burle Marx, Vilani Moreira repassou informações sobre as plantas do jardim e, através de livros expostos, os visitantes conheceram o trabalho do paisagista premiado internacionalmente.

Desde a última intervenção de Burle Marx, em 1991, o jardim do TJA foi contemplado com árvores da flora nativa como Jucás e pau-ferro. Recentemente, as plantas receberam uma podação, supervisionada pelo paisagista cearense Ricardo Marinho.

A cascata verde de Tumbergie Azul que cobre uma parede do fundo é o grande destaque do jardim. Espécies nativas e plantas decorativas compõem, também, o belo jardim. Entre elas, Pau-Brasil, Otis, Jucás, Palmeiras de Vidji, Pandamus (língua de sogra), Jasmim manga, Mussaenda, Ipezinho Crimus.

No Ceará, Burle Marx deixou sua marca em vários projetos, viabilizados com a colaboração de Ricardo Marinho, que teve Marx como mentor. Além do jardim do TJA, Marx fez projetos para residências e prédios públicos, como a Receita Federal, Vicunha Nordeste, além do Banco do Nordeste, Centro Empresarial Clóvis Rolim.

Fonte: Diário do Nordeste

Ciclismo em defesa do meio ambiente

Por uma cidade mais limpa, um meio ambiente mais saudável e melhor qualidade de vida. Com essa proposta, muitos deixaram o carro em casa ontem e saíram para pedalar por várias avenidas de Fortaleza. Eles atenderam ao chamado do Grupo Amigos do Meio Ambiente (AMA) para participar do I AMA Bike, passeio que reuniu veteranos e estreantes no ciclismo. O ponto de partida foi a Praça do Vaqueiro, no bairro Vila União, mas o percurso de 18 quilômetros incluiu uma passada pelo Aeroporto Internacional Pinto Martins, estádio Castelão. O passeio foi uma das atividades do Grupo AMA, formado por voluntários, a maioria deles, da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Mas a participação no grupo é aberto à comunidade.

Fonte: Jornal O POVO, com data de hoje

Obra parada no Bosque Eudoro Correa

A tarja marrom cobrindo a palavra “Trabalhando” na placa da Prefeitura que anuncia as obras no Bosque Eudoro Correia é o sinal: a reforma está parada. A recuperação da quadra de esportes, passeio, e melhorias na infraestrutura foi iniciada em 2008 e de lá pra cá sofreu pelo menos duas interrupções. Os frequentadores reclamam dos buracos deixados na pista e a interdição da quadra. A situação foi denunciada por um leitor, que escreveu um Ponto de Vista sobre o assunto na edição do O POVO do dia 12 deste mês. Ele questionava a quebra de parte do piso da quadra, que teria sido reformado meses antes.

As justificativas da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria Executiva Regional II são as de sempre: existe uma proposta é concluir os 25% restantes do projeto inicial, colocando a cobertura do piso da quadra, os alambrados e recuperando o piso em mosaico do calçadão. A Regional não informou os prazos, nem justificou o porque da quebra da parte do piso da quadra que já havia sido feita, ainda que de forma inacabada.

Fonte jornal O POVO, da data de hoje.

domingo, 30 de agosto de 2009

Obras da Usina de Ondas no inicio de 2010


Depois de alguns anos de estudos, deverão ter início, em janeiro de 2010, as obras de construção da primeira usina de ondas do mar da América do Sul, a ser instalada no Ceará. A fase de pesquisas, entretanto, não terminou: a unidade a ser criada será um protótipo para analisar a viabilidade de se investir nesse tipo de energia por aqui. A previsão é de que as obras durem entre 24 e 30 meses, com a usina entrando em operação logo após esse prazo.

De acordo com o Diretor de Energia da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Seinfra), Renato Rolim, será definido, ainda este mês, o cronograma físico-financeiro do equipamento. A expectativa é de que o investimento necessário seja de R$ 12 milhões, ficando R$ 1 milhão com o Governo do Estado e o restante com a nova parceira da empreitada, a empresa Tractebel Energia.

"Antes, o projeto era com a Eletrobras, mas não teve sucesso. Com os recursos que serão aportados pela Tractebel, através do Programa de Incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento, nós ampliamos a capacidade da usina, que passará a ter uma potência instalada elevada de 50 quilowatts (kW) para 100 kW", explica. Com essa capacidade, informa, é possível gerar energia para 80 famílias, dentro do programa Luz para Todos.

"Esta é uma usina piloto. Tem que ser colocada em pequena escala, para que depois possa ser elevada à larga. Portugal e Holanda já possuem usinas desse tipo em larga escala, mas ainda estamos começando os estudos por aqui".

A princípio, a planta irá iniciar as operações com três braços, com potência entre 10 kW e 12 kW. "Depois de seis a oito meses, verificando que o local é adequado, nós colocamos os restantes, ampliando a capacidade", informa.

A equipe à frente do projeto, concebido pelos pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, que inclui ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e consultores associados, definiu o lado leste do quebra-mar do Terminal Portuário do Pecém como a localização adequada para o equipamento. Rolim explica que, com a ampliação do porto, programada para o recebimento de novos projetos, como a siderúrgica, a refinaria, além do Terminal de Regaseificação e, possivelmente, um estaleiro, foi preciso redefinir o local dessa usina.

O equipamento terá também incorporado a si um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar. "Isto é uma tendência mundial. O Ceará pode, daqui a uns 70, 100 anos, precisar do aporte de águas, e não temos rios suficientes onde tirar água, e poderá ser necessário retirar água do mar. Tudo isso é no âmbito da pesquisa", esclarece o diretor da Seinfra.

Ele também aponta que a energia das ondas não é fonte viável para a atual realidade, mas para cerca de 50 anos, por não se ter ainda uma idéia precisa de quanto ela irá custar. Por esta razão, explica, a usina está sendo empreendida como estudo de viabilidade.

Titanzinho: Estaleiro preocupa ambientalistas

Além dos desdobramentos ambientais, a chegada do estaleiro deve provocar também mudanças sociais na áreaA praia do Titanzinho é uma pequena bacia artificial. Fica entre a praia Mansa, formada depois da construção do espigão do Porto do Mucuripe, que avança 1,9 quilômetro no mar, e outro espigão, esse de 900 metros, que faz limite com a Praia do Futuro. Nesse pedaço da orla será construído o Estaleiro Ceará, preparado para produzir navios gaseiros e de cargas em geral. O primeiro orçamento anunciado tem contrapartida de R$ 60 milhões do Governo do Estado aplicados em infraestrutura. As obras incluem aterro e dragagem. Sem o projeto técnico fechado, ainda não dá para precisar o impacto ambiental, mas é certo que o estaleiro vai alterar, mais uma vez, a dinâmica do litoral cearense.

“As intervenções naquela área são muito complexas, cumulativas e tendem a incrementar o processo erosivo. Interfere no transporte de sedimentos e na direção e força das ondas. Será que vai modificar a entrada do vento na cidade? Vai alterar a qualidade da água?”, questiona Jeovah Meireles, professor do departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para o diretor do Labomar - Instituto de Ciências do Mar, Luis Parente, “em termos de custo-benefício”, o local é apropriado. Já está protegido por dois espigões e tem boa profundidade. “O calado tem 13, 15 metros. Bastaria dobrar o espigão em L para aumentar a zona de abrigo”, diz.

O projeto técnico deve ser fechado até outubro pelas empresas PJMR, também sócia do Estaleiro Atlântico Sul, no Porto de Suape, e pela SKG, segunda maior fabricante de navios do mundo. De certo, por enquanto, apenas o local escolhido. “É exatamente o mesmo da antiga proposta de ampliação do Porto do Mucuripe, projeto que chegou a ter a licença ambiental aprovada na época”, lembra o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antonio Balhmann. De acordo com Balhmann, o próximo passo é conseguir as licenças ambientais. Em outubro, o estaleiro participa de sua primeira licitação, mesmo antes de ser construído.

“É preciso cautela. Estudar os efeitos do estaleiro somados aos do próprio porto, ver o impacto social”, pondera o ambientalista Arnaldo Fernandes. Para Luis Parente, diretor do Labomar, o problema da construção do estaleiro é mais social que ambiental. Muita gente mora na praia do Titanzinho. O espigão é cais para os pescadores artesanais do Serviluz. A praia é berço da maioria dos surfistas de elite da cidade. Um reduto de ondas, lazer e autoestima da população. “Pessoas serão removidas, mudar o estilo de vida é complicado. Sei que o estaleiro contrata muito, mas não sei se a mão-de-obra vai sair de lá”, diz Luis.

Fonte O POVO http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/897077.html

Encanto e estranhamento

Quantos caminhões! “Estamos chegando. Olha ali os guinchos descarregando os navios. E esse aí deve ser o Farol do Mucuripe”. Será que esse farol é o mesmo da música que o meu pai cantarolava? “Luis Élcio, não se esqueça do roteiro: dobra à direita antes do final da avenida. Se formos direto, podemos sair daqui só de cueca”.

Ô lugar para ter bar (Que inocência a minha)! “Desvia do buraco. Vocês estão lembrados? Depois dos ‘comércios’ temos que dobrar à esquerda. É isso mesmo, Renato?”. Acho que é essa rua mesmo. “É aqui sim, olha ali o mar”. Caramba, bem que o Thiago falou, tem porcos na praia, lixo e esgoto a céu aberto! “Galera, tem altas ondas. Olha o Lucinho. Para aí, para perguntarmos onde devemos deixar o carro”.

- Podem estacionar em frente à igreja que tá em casa.

É menino que nem presta. “Ei, me dá um pedaço de parafina. Tem adesivo aí para eu pregar na minha ‘prancha’?”. E não é mesmo que o pessoal daqui surfa de tábua?! Pela beira da praia cheia de lixo eu não vou entrar. “Por onde é que a gente entra, Lucinho?”.

- Pelo paredão. Vem comigo. Aqui é melhor, a gente já cai no pico.

Isso aconteceu em 1993. A minha primeira vez no Titanzinho foi um misto de encanto e estranhamento. Comecei a surfar cedo, e, aos 13, já participava das primeiras competições. No Ceará é assim: se você é atleta, logo vai sentir o peso de duelar com os “titânicos”. Foi dessa forma que fiz amizade com o local Lucinho Lima, meu primeiro grande rival. Tudo bem que só consegui ganhar dele uma vez, mas, para meu alívio, o cara se tornaria o herdeiro do trono de Fábio Silva, o grande herói do esporte no nosso estado.

Como naquela época o rei Fábio e a rainha Tita Tavares estavam sempre pelo mundo, Lucinho era quem comandava a praia. Então foi bem tranquilo para eu transitar por lá. Tranquilo, porém diferente de tudo que eu era acostumado. Até ali, minha vida era reduzida aos destinos padronizados dos meus pais. Passávamos finais de semana na casa de praia da família e basicamente só ia para onde eles me levavam.

Nunca deixei de freqüentar o Titã e já tive momentos excelentes por lá. Hoje, a favela mais surfe do mundo não tem mais porcos na praia. O lixo e os buracos nas ruas também são escassos. Mas a quantidade de meninos querendo ser o imperador do Titanzinho e conquistar o globo é cada vez maior.

Ponto de vista de Jonatan de Sousa. Designer e editor da revista virtual V8Surf.com.br publicado no Caderno Vida e Arte do Jornal O POVO, em 30/08/ 2009.

Espaços da comum diversidade

Os problemas de uma comunidade não são de propriedade exclusiva dela. No artigo, o Professor Dr. Christian Dennys Monteiro de Oliveira comenta a questão do Titanzinho à luz da geografia cultural.

Tentemos pensar os problemas de uma comunidade local ameaçada, à luz da mobilidade dos sujeitos, dos visitantes. Dos que moram e não se sentem do lugar, e dos que não moram, mas se envolvem. Essa breve reflexão sobre o impasse do Titanzinho advém como um convite-resposta à pergunta de uma maioria de leitores: que tenho eu a ver com isso?

Discutindo a espacialidade da vida humana e seu jogo de apropriações, o filósofo e pedagogo alemão Otto Bollnow, no livro O Homem e o Espaço (publicado em 2008 pela Editora da UFPR) diz: “Se o homem estivesse só no mundo, teria o máximo de espaço. Mas ele teria tanto que para ele o espaço nunca se tornaria um problema.” Até aqui um raciocínio simples para uma idéia evidente. Mas o autor avança: “problema ele se torna quando o homem, com sua demanda por espaço, esbarra na demanda de outro homem. E isso significa que ele tope com outro corpo, mas que ele choque com o espaço de movimento por este demandado.” Aqui é que surge o complicador: a mobilidade do outro. E o pior: também proprietário e com poder sobre seus valores.

Visões da cidade grande povoam nosso cotidiano, moldado no choque desses dois planos. Quando nos deslocamos pelas ruas e bairros, lidamos com a multiplicação de paisagens e tentamos encontrar referenciais, mais duradouros: certa praça, loja ou prédio; algo marcante do espaço vivo. É o plano horizontal dos valores. Mas quando aceitamos as “facilidades” tecnológicas da comunicação (reportagens, fotos aéreas, tomadas cinematográficas) como visualização indireta, cremos na autoridade das paisagens objetivas. Aquelas que dispensam a diversidade comum a todos os lugares em nome de uma verdade: o padrão de praça, loja e prédio enquadrados: um espaço morto. É o plano vertical dos poderes. Para um agrupamento social, auto-reconhecido pela vizinhança de sua habitação/ocupação mais cotidiana, Fortaleza é apenas uma idealização. Acessar a cidade maior é investir em outras formas de vida para enriquecer nossas experiências daquele lugar. Entretanto, tais experiências, pelas contradições próprias da vida urbana e pelo contato permanente com o outro, nos tornam seres aguerridos e defensivos. Tradutores e intérpretes de uma segurança ou de um apego territorial descrito como “qualidade de vida”. Impõe-se neste apego uma visão vertical: nossas experiências têm o direito de apropriarem-se, definitivamente, do lugar. Surge aí uma concepção política do lugar como propriedade coletiva.

Para um agrupamento social, auto-reconhecido pela vizinhança de sua habitação/ocupação mais cotidiana, Fortaleza é apenas uma idealização. Acessar a cidade maior é investir em outras formas de vida para enriquecer nossas experiências daquele lugar. Entretanto, tais experiências, pelas contradições próprias da vida urbana e pelo contato permanente com o outro, nos tornam seres aguerridos e defensivos. Tradutores e intérpretes de uma segurança ou de um apego territorial descrito como “qualidade de vida”. Impõe-se neste apego uma visão vertical: nossas experiências têm o direito de apropriarem-se, definitivamente, do lugar. Surge aí uma concepção política do lugar como propriedade coletiva.

Na contemporaneidade, é esta concepção que prospera ao defender o direito de tal “comunidade” a este ou àquele local. Não consideramos isso equivocado; apenas lembramos aqui tratar-se de algo geograficamente incompleto. Todo “nosso lugar” forma uma territorialidade de múltiplos donos. Isso significa que a identidade do lugar, sem a alteridade das formas de uso e apropriação, nos isolaria.

Há quem interessa pensar que os problemas de uma comunidade são dela exclusivamente? Resposta simples: a quem não pode enxergar a comum diversidade dos valores em nome do poder, do “bem comum”. Ou seja, uma tecnocracia dizendo às outras comunidades que aquela comunidade “de risco” é a invasora; é o “mal comum” a exorcizar. Enquanto esta convoca suas lideranças à empreitada da resistência. Reúnem-se em manifestações, assinam solicitações às autoridades, denunciam abusos na imprensa, perdem urbanidade e antevêem os impactos por vir.

No final das contas, vem um resultado conciliador saudando a transformação modernizadora e a glória da resistência. Dificilmente, entretanto, mudando a correlação de forças: valores sociais submetidos aos poderes institucionais.

Tensões e expectativas vividas no pequeno Titanzinho (“espaço vivo, indefinido”) diante do monstro Estaleiro (“espaço morto”, projetado) podem desenhar outras geografias, nesse caso, incomuns? Quais e como se dariam? Quem sabe mobilizando ‘titanzões’! É fundamental criar espaços-problema à engenhosidade simplista dos agentes públicos e privados. Projetos desse porte querem solucionar problemas incompreensíveis na escala local. Seja neste ou em outros lugares; vizinhos ou distantes. Enquanto o poder judiciário da República, sempre acusado por lentidão e favorecimento aos grandes capitais, raramente é acionado pela reivindicação de um direito básico: inteligibilidade do lugar.

Um estaleiro é auto-explicável? Não imediatamente; conforme a capacidade de atacar os valores das comunidades diversas; não serão jamais. Se tantos outros megaprojetos urbanos (Aquário, Copa 2014, Orla, Metrofor, etc.) – verdadeiros titanzões da incompreensão planejada – nos obriga ver a cidade de cima e mortal, urge responder apelando à demanda pelo espaço do movimento, conforme Bollnow. Eu, nós, eles, e também tantos os outros, queremos provas de que um estaleiro nos movimenta melhor neste espaço do que as ondas habituais. Quem garantirá essa vitalidade geográfica?

Christian Dennys Monteiro de Oliveira é doutor em geografia, professor adjunto da UFC e coordenador da pós-graduação em Geografia. Fonte Caderno Vida e Arte/ 20 anos do Jornal O POVO, em 30/08/ 2009.

Titanzinho: o Havaí é aqui


Por trás do Porto do Mucuripe, na esquina de Fortaleza, o Titanzinho reina absoluto entre os melhores picos do país. Celeiro da cultura do surfe do Ceará, a praia subverte o conceito de periferia e alimenta sonhos ao longos dos últimos 40 anos.


Uma extensa e documentada reportagem de Aline Rodrigues no Caderno Vida e Arte/ 20 anos, no Jornal O POVO, de hoje 30/08/2009. Leitura obrigatória por aqueles que se interessam pelos destinos de Fortaleza.

Recursos para projetos

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza convoca os interessados a se inscreverem, até o dia 31 de agosto, no seu edital de apoio a projetos do segundo semestre. Algumas das áreas cujos trabalhos podem pleitear o financiamento são: conservação de espécies e comunidades silvestres em ecossistemas naturais; criação ou manejo de unidades de conservação e prevenção ou controle de espécies invasoras. As propostas de estudos devem estar sob responsabilidade de organizações não-governamentais ou de fundações ligadas a universidades. Veja o formulário de inscrição aqui.

Matriz energética cada vez mais suja


As emissões de monóxido de carbono (CO2) das indústrias brasileiras cresceram 77% em apenas 13 anos. Já no setor energético, este número cresceu 49%. Estes são os resultados de uma estimativa de emissões feita pelo Ministério do Meio Ambiente e divulgada no início da tarde de hoje (27).

O levantamento do governo indica que entre 1994 e 2007 houve aumento significativo no número de termoelétricas instaladas no país, uma das fontes de energia mais poluentes que existem. No início da década de 1990, as termoelétricas emitiam 10,8 milhões de toneladas de CO2. Em 2007 esse número passou para 24,1 milhões. Na indústria, o principal vilão é o cimento, responsável por 7,8 milhões de toneladas de gás carbônico. Outro setor que aumentou bastante suas emissões foi o rodoviário, com 59% de acréscimo no período analisado.

Os números apresentados hoje farão parte do segundo inventário brasileiro de emissões, previsto para ser divulgado até dezembro deste ano. As emissões provocadas pelo desmatamento, uma das principais fontes, ainda não foram divulgadas. Os resultados apresentados hoje contradizem o discurso do próprio governo, que ostenta a imagem de um país com matriz energética limpa e insiste em não assumir uma posição mais clara no que diz respeito à adoção de metas de redução de emissões.

Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde

COP15 já começou

Já começou a contagem regressiva mundial para o encontro de líderes globais em Copenhage, na Dinamarca. Neste final de semana faltarão apenas cem dias. Organizada pelas Nações Unidas, a convenção (COP15) deve definir os critérios de um novo acordo para o controle de emissões de gases do efeito estufa, responsável por substituir o Protocolo de Quioto a partir de 2013.

Para tentar chamar a atenção do Reino Unido ao tema, o britânico The Guardian pediu que os leitores enviassem para a redação do jornal fotografias com mensagens que gostariam de transmitir aos chefes de Estado. Na edição desta sexta-feira do seu site, as 17 melhores imagens até o momento foram publicadas. Destaque para um cartaz com os dizeres: “Derreta corações, não calotas polares”.

No Brasil, o Greenpeace programou uma série de atividades para reforçar a importância da data a partir deste sábado (29). Na ocasião, relógios gigantes serão instalados em pontos importantes de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Manaus com os dias que faltam para o evento. Além disso, à tarde, acontecerá a primeira mobilização pré-COP15 nas capitais, com um “barulhaço”.

Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde

Bens abandonados pela Prefeitura

Desde o tombamento dos 19 bens municipais, a maioria datada de 2007, não foram feitas obras de restauro ou promoção de uso cultural dos espaços. A maioria dos bens apresenta deficiências na manutenção, sejam de infraestrutura, de jardinagem ou paisagismo.

O coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura, André Aguiar Nogueira, reconhece a situação e diz que é evidente a necessidade de preservação e restauro do bens, assim como a programação de uso cultural dos espaços. No entanto, informa que a fiscalização só ocorre em detrimento dos pedidos da população. "Na medida em que chegam as demandas, elas são encaminhadas para procedimentos administrativos".

Ele disse que desde a criação do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural, medidas estão sendo pensadas em relação a preservação dos bens.Seis locais da cidade ainda estão em fase de instrução para tombamento: capelas do Sagrado Coração de Jesus, de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o Morro de Santiago, Sport Club Maguary e a Pavimentação da Rua José Avelino.

Fonte Diário do Nordeste. Reportagem Janayde Gonçalves.

Fortaleza: bens tombados somente no papel

Tombamento da maioria dos bens arquitetônicos, naturais e culturais da cidade não passa do registro no livro. Nos últimos quatro anos, foram tombados, em Fortaleza, 19 bens sob tutela municipal. Destes, sete em caráter definitivo e 13, provisório. Ainda que tombados, não significa que estejam sendo conservados. Os provisórios aguardam, da Prefeitura, publicação de decreto-lei que estabeleça sua valorização permanente.


Muitos definitivos, estão incontestavelmente abandonados. Apesar do tombamento ser a primeira medida que protege o patrimônio ambiental urbano, a preservação só poderia ser notada se as edificações se encontrassem em bom estado e se as pessoas pudessem usufruir plenamente das instalações.

Não é o que acontece na Capital. Lord Hotel, Bar do Avião, Estoril, Mercado da Aerolândia. Dos 27 bens patrimoniais da cidade, muitos estão prestes a caírem literalmente em tombo.Um dos primeiros locais tombados, o Parque das Criança, no Centro, está com o lago seco e cheio de lixo.

A sujeira também pode ser vista nas áreas verdes, onde o mato está crescido. A estátua do cupido está sem braço, sem arco ou flecha. O entorno é cercado por vendedores ambulantes e na pista interior, que poderia servir para corrida e caminhadas, enfileiram-se os carros da Prefeitura com problemas de manutenção, facilmente denunciados pelos pneus furados.

A Prefeitura reconhece o problema, entretanto, para este ano, nada mais pode ser feito. Foi o que informou a titular da Secretaria Especial do Centro, Luíza Perdigão. "Não podia chegar no ponto que chegou, mas agora, o que podemos fazer já está sendo realizado. Percorremos todos os locais, ao todo, 21 praças do Centro e fizemos um orçamento detalhado para que seja feita a manutenção efetiva e periódica".

Fonte Diário do Nordeste. Fotografia Tuno Vieira.

sábado, 29 de agosto de 2009

Turismo: Fortaleza precisa de Mais hotéis

Antevendo o futuro que é mesmo muito promissor - afinal, a economia do País volta a andar para a frente - grandes empresas cearenses tiram da gaveta, onde estavam metidos desde o fim do ano passado quando a crise mundial explodiu, projetos de investimento. Em diferentes áreas da atividade econômica.

Aqui no Ceará, fora a avalanche de dinheiro público e privado que está prevista para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, aparece o turismo em posição de destacada carência de novos investimentos. Essa carência é ampliada quando posta diante da proximidade da Copa do Mundo de Futebol de 2014, em torno da qual há é ainda haverá bilionários interesses em jogo, literalmente.

Há uma constatação clara: faltam hotéis em Fortaleza. E os existentes precisam de um banho de loja. Contando apenas com a rede hoteleira de que dispõe hoje, esta capital terá dificuldade para receber e hospedar os milhares de turistas-torcedores que estarão aqui para os jogos da Copa. O Grupo Marquise já anunciou que construirá um hotel de alto padrão, tipo seis estrelas, e este é, por enquanto, a única novidade de que se tem notícia.

Quando os grandes empreendimentos estruturantes previstos para o Ceará - refinaria, siderúrgica, ZPE etc - estiverem implantados no Pecém, o turismo de negócios em Fortaleza será multiplicado, e ganhará o investidor que sair na frente, oferecendo novos hotéis e novo modelo de serviço a esse crescente e disputado segmento do mercado.

Deu no Blog do Egidio Serpa http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/

Taiba: Festival do Escargot


Cortejos pelas ruas, shows, literatura, torneios esportivos e feira de gastronomia e artesanato. É o que prepara a XI Festa do Escargot e Frutos do Mar, que vai até o dia 30 de agosto, na Praia da Taíba, distrito de São Gonçalo do Amarante, distante 75 km da Capital. Receita simples, mas de sucesso, que une a boa cozinha com bons shows e programação esportiva, a festa já possui sua marca própria pelos investimentos que proporciona para a região ao promover a geração de emprego e renda.


A Praia da Taíba, bem conhecida do trade turístico, conta com uma confortável rede hoteleira com bons restaurantes que oferecem o melhor da culinária internacional e regional. Por ser um local aconchegante e manter viva a sua raiz cultural, foi criada na Taíba a Festa do Escargot e Frutos do Mar, hoje principal evento cultural do local, revivendo e redesenhando a história dessa vila de pescadores que tão bem sabe receber os apreciadores do festival.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cooperativa Titanzinho Digital – inclusão social como alternativa aos jovens do Serviluz

Ao lado da Central Eólica Mucuripe, perto do farol desativado, está localizada uma das mais belas e ignoradas paisagens de Fortaleza: a praia do Titanzinho, no bairro Serviluz, área de risco que figura freqüentemente no noticiário policial. O local já é conhecido dos cearenses pelos bons resultados obtidos por surfistas nativos, alguns deles campeões mundiais. Muitos desses atletas saem da Escola Beneficente de Surfe, idealizada por João Carlos Sobrinho (mais conhecido como Fera) e apoiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

O que boa parte da população desconhece é que o Titanzinho também é um lugar de jovens guerreiros que buscam encontrar alternativas para uma vida melhor. Um exemplo de iniciativa bem sucedida nesse sentido é a cooperativa Titanzinho Digital, um projeto de inclusão social que tem a Funcap como principal apoiador. O projeto é semelhante ao do Pirambu Digital, uma experiência bem sucedida em outra área de risco de Fortaleza. A cooperativa oferece aos moradores do Serviluz cursos de línguas, de informática básica e avançada, cursinho pré-vestibular, cursos de arte e cultura e aulas de história e tradição. Desses, o mais avançado é o de informática. “Alguns alunos nossos já estão estagiando no Pirambu Digital na área de fabricação de softwares”, relata André Aguiar, morador da comunidade e um dos coordenadores do projeto.

Manter o projeto não é fácil, os problemas são muitos. No cursinho pré-vestibular, por exemplo, muitos alunos se recusam até a ler textos. “Eles têm vergonha. Muita gente sai do ensino médio sem saber ler”, diz André. Mesmo assim, cinco pessoas da comunidade já chegaram à universidade e o próprio André é mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

A cooperativa Titanzinho Digital atende, atualmente, mais de 100 jovens moradores do Serviluz. Além das salas de aula e de informática, a sede também dispõe de uma biblioteca comunitária com mais de dois mil livros. A Funcap apóia o projeto através de bolsas para os coordenadores (que doam 20% do que recebem para a manutenção da cooperativa) e para estudantes de graduação, professores dos cursos de línguas. Além disso, 20 participantes do Programa Agente Digital recebem mensalmente da fundação uma bolsa de cem reais para serem futuros replicadores da idéia.

Mesmo assim eles têm dificuldade para manter a estrutura física necessária para tocar o projeto porque, além dos recursos para manutenção dos alunos e dos equipamentos, também é preciso conservar o prédio onde ele funciona. Tarefa árdua, com os ventos fortes e a areia fina que passa pelas frestas nas telhas e faz com que seja preciso colocar lonas sobre os tetos das casas da comunidade. Isso além da maresia do local, que diminui bastante o tempo de vida de móveis e aparelhos. Mas os meninos guerreiros da cooperativa não desistem e freqüentemente promovem festas, bingos e rifas para arrecadação de recursos.

Apesar das adversidades, os jovens do Titanzinho Digital são ambiciosos: “Quase sempre somos retratados pela mídia como coitados, mas não queremos ser vistos dessa forma”, diz André. O objetivo, segundo ele, é que a cooperativa cresça e o projeto se torne um centro de tecnologia da informação, com webdesigners, técnicos de hardware e programadores.

Mais informações sobre a cooperativa podem ser encontradas nos endereços www.blogtitanzinhodigital.blogspot.com ou www.2clique.net/titanzinhodigital. Os dois sites, vale lembrar, foram desenvolvidos por Luís Filho, também morador da comunidade e um dos coordenadores do projeto. Da Agência Funcap por Giselle Soares.

Debate na TV União sobre o Estaleiro no Titanzinho


No debate, no fim da tarde de ontem, na TV União sobre o Estaleiro no Titanzinho, que contou com a presença do empresário Iran Ribeiro, da Professora e Ambientalista Vanda Claudino Sales, do Professor e Arquiteto José Sales e do Historiador André Aguiar , Mestre em História pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo, ninguém se posicionou a favor da instalação de um mega estaleiro naquele setor da cidade de Fortaleza.

A posição unanime é que tal empreendimento vai de encontro aos interesses da população da cidade e notadamente das 32 mil pessoas que moram naquele bairro, pois compromete ainda mais o contexto urbano que está ali instalado, que violenta ainda mais o frágil sistema ambiental litoraneo e que ainda vai de encontro às próprias diretrizes do Estado do Ceará quanto a implantação de equipamentos industriais de grande porte, que deveriam ser obrigatoriamente instalado no Complexo Industrial Portuário do Pecém.

Estranhamente, o Vereador Guilherme Sampaio, autor da convocação de uma Audiencia Pública na Camara Municipa, para discussão deste assunto, que havia confirmado a presença, não compareceu nem justifcou sua ausencia. Estranha-se também o "mutismo"institucional sobre o assunto: nenhum comentário de nenhum orgão público de qualquer esfera da administração.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Insegurança nos Campi UFC

Na manhã de ontem, cerca de 150 alunos seguiram em passeata à Reitoria, que disse estar tomando providências quando tudo indicava que o ato poderia não dar certo. Poucos manifestantes, chuva ameaçando maior intensidade e dificuldade de mobilização. Tanto é que a manifestação começou com mais de uma hora de atraso.

Mas deu. Cerca de 150 estudantes, segundo a organização, deixaram o Campus do Porangabussu e seguiram em passeata à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) na manhã de ontem.Eles pediram a atenção de todos para uma questão: a segurança. Mais um desabafo dos discentes depois que o aluno de Medicina Alexandre Carneiro foi baleado durante assalto nas proximidades do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), na última sexta.

Com apitos, narizes de palhaço, cartazes com frases de efeito como "Estudo com bala?" e "Quem será o próximo?", os estudantes de Medicina, Enfermagem e Odontologia - a maioria, a pé, e alguns, em carros particulares - dificultaram, por aproximadamente uma hora, o trânsito nas avenidas José Bastos, Padre Cícero e Universidade. O objetivo era entregar uma carta de reivindicações ao Reitor Jesualdo Farias.

Fonte Diário do Nordeste.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Posição da ADECE: Estaleiro no Mucuripe ou nada ²

Está prevista, no ainda virtual projeto de implantação de um estaleiro naval na ponta do Mucuripe, em Fortaleza, a construção de uma escola técnica de nível médio para a formação e qualificação de mão-de-obra naval. "Este talvez seja, do ponto de vista social, o mais importante detalhe do projeto. Além dos mais de R$ 200 milhões de investimento e dos mais de seis mil empregos que direta e indiretamente o estaleiro gerará, o empreendimento abrirá, principalmente para a juventude residente nos bairros do entorno do Mucuripe, incluindo o Titanzinho e o Serviluz, a chance de qualificar-se para conquistar as novas oportunidades de trabalho", explica o presidente da Adece, Antonio Balhmann.

Deu no Blog do EGIDIO SERPA

Posição da ADECE: Estaleiro no Mucuripe ou nada

Na questão do projeto de implantação, em Fortaleza, de um estaleiro naval para, na sua partida, construir gaseiros a serem encomendados, por licitação, pela Transpetro, a posição do Governo do Ceará não é neutra. "Não podemos desperdiçar essa oportunidade de ouro para a economia cearense e faremos o que for possível e legal para que venha para cá esse empreendimento, que em seu redor dará emprego a mais de seis mil pessoas", diz o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antonio Balhmann. Enquanto vários estados brasileiros disputam essa encomenda, surge aqui um debate político.

Vereadores do PT estão contra a localização do estaleiro na ponta do Mucuripe e querem uma audiência pública, já marcada para setembro, para debater o assunto. A Transpetro, que não é dona de estaleiro mas apenas juiz de uma concorrência, estará ausente da audiência porque não tem nada a ver com ela. Mas a Adece comparecerá. "Será ótimo se o debate for para esclarecer. É para isso que a política também serve.

Mas será péssimo se essa questão for politizada", explica Antonio Balhmann, ajuntando um forte argumento: "A única área do litoral cearense, artificialmente protegida e capaz de abrigar um estaleiro de grande porte, é a ponta do Mucuripe, para onde seria expandido o porto (a construção do Pecém mandou a expansão para escanteio). Não há outro local". Parece que os projetos estruturantes do Ceará têm oposição dos cearenses.

Deu no Blog do EGIDIO SERPA

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A consciencia da insatisfação social

Das pessoas entrevistadas na pesquisa, 26% afirmaram estar insatisfeitos com o serviço de coleta e tratamento de esgoto. Aqueles que ainda não são ligados à rede pública de esgoto mostraram-se interessados em receber o serviço, mas metade desse grupo disse não estar disposta a pagar qualquer quantia pelo atendimento.Dentre os impactos negativos apontados na pesquisa, 18% dos domicílios relataram problemas de refluxo de esgoto, 17% indicaram enchentes e inundações, enquanto o mau cheiro afeta a 33% dos entrevistados. Problemas de saúde relacionados aos esgotos foram informados por 11% das pessoas.

Da mesma fonte do Diário do Nordeste.

No Brasil: 31% desconhecem o serviço cobertura


A pesquisa Ibope/Trata Brasil revelou que 31% dos brasileiros não sabem o que é saneamento básico. Dentre os que disseram conhecer o serviço, 54% citaram as ligações de esgoto, 28% fizeram referência ao abastecimento de água potável, 15% lembraram a coleta de lixo, 14% limpeza pública e 8% comentaram sobre pavimentação.

"O saneamento básico é o conjunto de todas essas ações e também a sua relação com os ecossistemas. O objetivo do serviço é possibilitar a qualidade de vida da população. Em Fortaleza, 51% das residências são atendidas, um índice ainda complicado. Sabemos que a maior parte desses domicílios está localizada em bairros centrais. O problema não é específico da Capital cearense. Estudos da Unesco apontam que atualmente 2,5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água de boa qualidade", comenta Antônio Jeovah de Andrade Meireles, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Ele acrescenta que a situação ainda é preocupante porque as periferias ainda são "invisibilizadas" pelo poder público. "É preciso atacar esse quadro com prioridade, através de investimento para sanear todos os grupos das periferias. Isso é uma questão de justiça ambiental e social, que pode reverter um problema histórico da sociedade".As consequências diretas da falta do serviço adequado de saneamento básico, segundo Meireles, é a exposição das pessoas a uma série de vetores de transmissão de saúde. "Há um grande risco de epidemias urbanas e contaminação das águas".

Da mesma fonte do Diário do Nordeste.

Investimentos da CAGECE estagnados

De acordo com a própria CAGECE/ Companhia de Água e Esgoto do Ceará, o volume investido em esgotamento sanitário no Ceará ficou, praticamente, estável no período analisado pela pesquisa. Com isso, outras regiões que mantiveram crescentes seus investimentos tiveram aumento na cobertura da rede de coleta e tratamento de esgoto. No Ceará, somente a partir de 2007 o Governo aumentou o volume de investimentos nessa área.

A Cagece possui plano de investimentos que contempla recursos da ordem de R$ 840 milhões já garantidos de investimentos até 2011. Desse valor, mais da metade (R$ 500 milhões) estão sendo investidos em esgotamento sanitário nas cidades de Quixadá, Crateús, Mombaça, Aracati, Maranguape e Fortaleza. A Capital está com a maior parte desses investimentos. A cobertura de esgotamento sanitário em Fortaleza é de mais de 51%. Com os investimentos, a cobertura deve saltar para 70% a 75% da área total de Fortaleza.

Na pesquisa Ibope/Trata Brasil, apesar da queda, a Capital ainda apresenta a segunda melhor rede de esgotamento do Nordeste, atrás somente de Campina Grande (24ª colocação). Segundo a Cagece, a pesquisa parece levar em consideração todo o limite do município, o que inclui a área rural.

Da mesma fonte do Diário do Nordeste.

Caucaia é 64ª no ranking de saneamento


O Município de Caucaia, na Região Metropolitana, também registrou uma queda ainda mais expressiva nesses seis anos, caindo da 26ª colocação, em 2003, para 64ª em 2007. Segundo a pesquisa, os motivos para a defasagem no ranking é a falta de investimento em saneamento básico por parte do poder público. Esta situação ainda não entrou na pauta de procupações da atual Administração Municipal de Caucaia.

Da mesma fonte do Diário do Nordeste.

Fortaleza é a 26ª no ranking de saneamento


Pesquisa aponta a falta de investimento do poder público como o principal responsável pela queda no índice de cobertura. Em 2003, Fortaleza era a 5ª cidade brasileira com maior porcentagem da população atendida por redes de esgoto, considerando os municípios brasileiros com mais de 300 mil habitantes. Em 2007, segundo pesquisa do Ibope Inteligência com o Instituto Trata Brasil, a Capital cearense despencou para a 26ª posição do ranking.

De acordo com o presidente do Instituto Trata Brasil, Raul Pinho, os dados do estudo foram coletados no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) - órgão do Ministério das Cidades - e mostram que, se não houver uma política de investimento, a maior prejudicada será a população."Foram cinco anos coletando dados para medir os avanços e retrocessos, em termos de saneamento, das cidades mais populosas do Brasil. Percebemos que, nas cidades onde não houve o investimento adequado, houve deterioração na qualidade dos serviços de esgoto", comentou.As conseqüências diretas, dessa queda na qualidade, segundo Raul Pinho, são as elevações nos índices de pessoas doentes, e o crescimento dos gastos em Saúde.

"A falta de saneamento básico influencia diretamente nas taxas de mortalidade e até na renda familiar. Geralmente, as populações da periferia são as mais afetadas. A educação das crianças também é prejudicada, pois muitas, quando têm contato com esgotos a céu aberto, contraem parasitoses com frequência", alerta.

Reportagem do jornalista Guto Castro Neto para o jornal Diário do Nordeste. Investimento no setor: a cobertura de esgotamento sanitário em Fortaleza é de mais de 51%. A previsão da Cagece é de que ela salte para 70% a 75% da área total. Foto de José Leomar.

Crato realiza audiência pública dia 10 para debater projeto da Encosta do Seminário

Será realizada no próximo dia 10, em Crato, audiência pública para debater o projeto da Encosta do Seminário, uma das obras importantes contidas no Plano de Requalificação Urbana, avaliada em cerca de R$ 8 milhões. Com isso, estarão presentes segmentos representativos da sociedade, ambientalistas, técnicos, Secretaria das Cidades e Prefeitura Municipal do Crato, além dos moradores da área que serão beneficiados com a desapropriação. A obra está prevista para ser iniciada ainda este semestre.

A audiência será realizada no Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva. Segundo o prefeito do Crato, Samuel Araripe, que desde a sua primeira administração vem lutando para concretização desse projeto para o município, esta será uma grande obra. Ele lembra que os recursos são oriundos do Banco Mundial, via Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura. Equipes do Banco Mundial, da Prefeitura, do Governo do Estado, por meio da Secretaria das Cidades, já visitaram os locais onde serão desenvolvidos projetos de construção como a Encosta do Seminário, além das praças centrais e centro de convenções já em execução.

Para Samuel Araripe, essa vai ser uma obra muito importante porque, em primeiro lugar, recupera a vegetação da encosta e, em segundo lugar, se constrói cem casas para tirar famílias que habitam hoje área de risco. Ressalta, ainda que serão corrigidas quatro erosões que existem no morro, uma delas denominada vulcão, a outra de frente ao Seminário São José, a cinco metros do asfalto, o que o prefeito classifica como um problema gravíssimo. E duas outras que nasceram nas proximidades do campo do Esporte. Serão construídos, dentro dessa obra, quatro mirantes para fortalecer o turismo naquela área.

Fonte - Notícias do Crato

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Natureza em cliques

A partir do dia 23 de outubro, o Museu de História Natural de Londres vai receber as cem imagens vencedoras do prêmio de melhores fotografias da natureza, anualmente liderado pela BBC. Ao todo, mais de 43 mil cliques foram enviados por pessoas de 94 países. No Environment Blog, do britânico The Guardian, é possível conferir dois quadros que serão expostos na Inglaterra. Em um deles, um curioso pinguim observa atentamente os passos do fotógrafo Robert Friel marcado nas geladas areias da Antártica.

Fonte O ECO

Trilhas do Cocó reabertas

Na manhã de domingo de sol tímido e clima ameno, ideal para passeios ao ar livre e em meio ao verde, os fortalezenses ganharam de volta o principal espaço para o contato direto com a natureza na Capital. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) reabriu, ontem, as trilhas Principal e da Lagoa /Azeitona na área do Parque do Cocó. Elas estavam interditadas há quase quatro meses para reparos em função de estragos causados pelas chuvas.

Apenas a Trilha do Rio continua indisponível para visitação, com previsão de liberação até o próximo fim de semana.As trilhas do Parque do Cocó foram interditadas no último mês de maio, com previsão inicial de conclusão dos trabalhos de recuperação dos espaços em 60 dias, ou seja, em julho passado. Os caminhos ficaram tomados de buracos e lama, além da enxurrada provocar desgaste nas passarelas, impedindo a passagem das pessoas em vários pontos. O gerente do espaço, Inácio Prata, esclarece que a reforma nas trilhas sofrem atraso em função da extensão da quadra chuvosa.


Os trabalhos de recuperação envolveram a restauração das passarelas, da sinalização e dos bancos, com a substituição da madeira podre por nova; limpeza geral e a regularização do piso, com a aplicação de substratos de pedra para evitar escorregões dos frequentadores. A Trilha Principal tem um total de 1.365 metros, num percurso que vai da Avenida Sebastião de Abreu à Padre Antônio Tomaz; enquanto a Lagoa/Azeitona tem cerca de 800 metros e a Trilha do Rio se estende por 240 metros. Os caminhos permitem aos visitantes se aproximem da natureza e conhecerem um pouco mais da fauna e flora.

Na reabertura das trilhas, amantes do Parque do Cocó não se fizerem de rogados. Tão logo foi autorizada a entrada, por volta das seis da manhã, já começaram a circular a pé ou de bicicleta. Muitos não dispensaram as corridas. Homens e mulheres, jovens ou idosos, sozinhos ou acompanhados, muitas crianças, famílias inteiras, todos queriam aproveitar o passeio. "Já estava com saudade", comentou o aposentado José Dias, freqüentador assíduo Para ele, "o Parque do Cocó é um patrimônio de Fortaleza e esse pedaço com as trilhas é todo especial. A gente se integra à natureza e percebe a importância de preservá-la. É muito bom ter tudo isso de volta".




Reportagem do Jornal Diário do Nordeste.

domingo, 23 de agosto de 2009

Estação Crato/ Centro Cultural do Araripe


O Complexo da Estação Crato da Rede Ferroviária Federal/RFFSA, que envolve o antigo Pátio de Manobras, Estação Ferroviária, Armazéns, Alojamentos e Casa do Agente, foi um dos únicos patrimônios da RFFSA restaurado no Interior do Estado. E isso serve de modelo para que os antigos prédios que serviam de estação ferroviária sejam revitalizados e passem a contar com uma melhores propostas de infraestrutura urbana.

A Prefeitura Municipal do Crato comprou o acervo e conseguiu recursos junto aos Governos Federal e Estadual para a consolidação do Centro Cultural do Araripe. Naquele espaço funcionam, atualmente, a Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude, a Biblioteca Municipal e um Telecentro, além de um Auditório/ Sala de Música e Espaços de Exposições, iInstalações que são capazes de proporcionar um movimento intenso de pessoas e, com isso, ocasionar a revitalização do local em um tempo mais hábil.

Uma das salas está sendo adaptada para a instalação de Arte Vicente Leite, que foi fechado temporariamente para restauração dos quadros. A Secretária de Cultura, Danielle Esmeraldo, informou que será instalado o "Expresso do Mundo", um espaço cultural que funcionará em parceria com o Instituto Lusofônico, uma entidade de Portugal que reúne os países de Língua Portuguesa, entre os quais, Guiné Bissau, Angola, Timor Leste, São Tomé e Príncipe, Portugal, Moçambique e Brasil.

O antigo Pátio de Manobras foi urbanizado e transformado numa grande área de lazer, onde são realizadas apresentações folclóricas, shows, festivais e festas carnavalescas. "Hoje, a antiga estação da RFFSA é um referencial dos acontecimentos culturais do Cariri", diz a Secretária, destacando que no mesmo espaço foram construídos outros equipamentos como o Restaurante Popular que fornece 1.000 refeições por dia e a nova estação do trem urbano que ligará Crato à Juazeiro do Norte.

Estação Crato/ Centro Cultural do Araripe, recomendado como um dos principais projetos estruturantes do PRU/ Plano de Requalificação Urbana do Crato para a área central da sede urbana municipal assim como outros projetos ora em implantação. Tanto o plano urbanístico como todos os projetos de arquitetura são concepção do Arquiteto José Sales, com participação da equipe de Ibi Tupi Projetos - Arquiteta Larissa Menescal, Claryanne Aguiar, Bruno Sidrim, Cláudio Saraiva, Emanuel Cavalcanti/ Arquiteta Designer Maira Roman/ Consultoria Arquiteto Romeu Duarte/ Fotografia Daniel Roman.
Dados da reportagem dos Jornalistas Antonio Vicelmo e Elizangela Santos para o Caderno Regional do Diário do Nordeste.

Dia Nacional do Folclore, no Crato


Fotografia de Dihelson Mendonça.

Prefeitura não planeja desativar os equipamentos

A Assessoria de Imprensa da Secretaria Executiva Regional (SER)V, área na qual estão localizados os Centros de Cidadania Virgílio Távora e Lúcio Alcântara, informou que esses espaços atuarão junto aos Centros Urbanos de Cultura, Ciência, Esporte e Arte (Cuca), a fim de atender uma grande demanda de pessoas carentes de ações sociais, principalmente nos segmentos de esporte, cultura, profissionalização e lazer.

O órgão destacou, ainda, que não intenção nenhum de desativá-los, já estando sendo providenciadas intervenções nesses locais. Uma dessas providências é a reforma das piscinas no Lúcio Alcântara, a fim de reiniciar as aulas esportivas.Para a titular da Secretaria Executiva Regional (SER ) III, Olinda Marques, os Cucas existirão em todas as regionais, mas é impensável a desativação dos Centros de Cidadania. No da Regional III, o César Cals, haverá no próximo dia 29 um mutirão solidário, para fazer a pintura externa e interna, revitalizar os campos de futebol, quadras de esportes e etc.

Da mesma reportagem do Jornalista Marcus Peixoto no Diário do Nordeste.

Centros sociais urbanos totalmente abandonados, em Fortaleza

Na época, construídos com a mesma finalidade do Cuca que será inaugurado em breve, são estes oito Centros Sociais construídos em Fortaleza. A maioria começou a ser instalado em meados da década de 70. Mas, com o tempo, a idéia perdeu força e identidade e, no Ceará, esses espaços passaram a se chamar Centro de Cidadania. O passar dos anos também resultou na deterioração das estruturas, assim como no desvio das suas funções. A maioria hoje é utilizada para fins burocráticos.

É o caso do Centro Social Urbano Virgílio Távora, localizado na Rua Monsenhor Hélio, no Pirambu. Inaugurado em 1981, hoje reflete abandono e desprestígio. O antigo teatro está fechado e com pisos arrancados. A cobertura da quadra de esportes foi arrancada, os banheiros destruídos e as travas de futebol retiradas, para evitar furtos.

O coordenador do Centro Virgílio Távora, Gineton Rodrigues Laureano, lembra que a decadência do lugar está associada, acima de tudo, desprezo da própria comunidade, que não se apropriou do equipamento e exigiu do poder público melhorias. Aliado a isso, conta, houve a disseminação do crack, aumentando os índices de furtos e roubos por parte dos jovens. Para piorar, não há mais vigias, sendo a entrada acessível a todos.

O Centro de Cidadania Lúcio Alcântara, no Conjunto Ceará, também se restringe hoje a atendimentos burocráticos. Lá, não há mais espaços para atividades esportivas. Pessoas que freqüentam o local afirmam que as piscinas estão vazias e há a necessidade de um retelhamento. Informação confirmada pela assessoria de imprensa da Regional V.

A reportagem do Diário do Nordeste não teve acesso às instalações internas do Centro Lúcio Alcântara. Também no âmbito da Regional V, o Centro Social Adauto Bezerra, no Conjunto José Walter, revela claros sinais de abandono.Não existe mais a horta comunitária, que servia de modelo às comunidades que moram no entorno para a produção caseira de legumes e verduras. As piscinas não funcionam em tempo integral e boa parte do uso é para a hidroginástica.

A diretora do Centro Adauto Bezerra, Antônia Neudina Paiva Soares, reconhece que foram muitas as gestões municipais deixaram de investir nos centros sociais, mas não concorda com a figura do sucateamento. Segundo ela, muitas ações sociais estão sendo prestadas para o José Walter e bairros adjacentes, como Maraponga, Conjunto Genibaú, Mondubim, Planalto Airton Sena e Aracapé.

Reportagem do Diário do Nordeste e com a palavra a atual Gestão Municipal de Fortaleza.

Estação Crato: Centro Cultural do Araripe

O Complexo do Crato da Rede Ferroviária Federal que envolve parque de manobras, estação ferroviária, armazéns e a casa residencial do agente, foi um dos poucos patrimônios da RFFSA restaurado no Interior do Estado. E isso serve de modelo para que os antigos prédios que serviam de estação ferroviária sejam revitalizados e passem a contar com uma melhor infra-estrutura.

A Prefeitura Municipal comprou o acervo e conseguiu recursos junto aos governos Federal e Estadual para a construção do Centro Cultural do Araripe. Naquele espaço funcionam, atualmente, a Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude, a biblioteca municipal e um telecentro. Instalações que são capazes de proporcionar um movimento intenso de pessoas e, com isso, ocasionar a revitalização do local em um tempo mais hábil.Uma das salas está sendo adaptada para a instalação de Arte Vicente Leite, que foi fechado temporariamente para restauração dos quadros. A secretária de Cultura, Danielle Esmeraldo, informou que será instalado o "Expresso do Mundo", um espaço cultural que funcionará em parceria com o Instituto Lusofônico, uma entidade de Portugal que reúne os países de Língua Portuguesa, entre os quais, Guiné Bissau, Angola, Timor Leste, São Tomé e Príncipe, Portugal, Moçambique e Brasil.

O parque de manobras foi urbanizado e transformado numa grande área de lazer, onde são realizadas apresentações folclóricas, shows, festivais e festas carnavalescas. "Hoje, a antiga estação da RFFSA é um referencial dos acontecimentos culturais do Cariri", diz a secretária, destacando que no mesmo espaço foram construídos outros equipamentos como o restaurante popular que fornece 1.000 refeições por dia e a nova estação do trem urbano que ligará Crato à Juazeiro do Norte.

A nova Estação Crato/ Centro Cultural do Araripe é um projeto de Arquitetura/ Urbanismo do Arquiteto José Sales e equipe, com participação consultiva do Arquiteto Romeu Duarte Júnior.

Estações de trem se transformaram em espaço culturais

Uma luz no fim dos trilhos. Matrizes do progresso a desembarcar no Interior do Ceará no início século passado, as velhas estações ferroviárias, erguidas pelas extintas RVC e RFFSA, finalmente poderão ter como destino a perpetuação histórica. O Ministério do Planejamento efetuará a transferência de todos os prédios considerados de valor histórico para as prefeituras e Fundações. Os terminais de embarque e desembarque de passageiros e cargas serão transformados em espaços culturais e turísticos como prova da evolução histórica e econômica do País. A decisão é outro marco, para fortalecer aquele que um dia trouxe o desenvolvimento para o Interior.

No Ceará, a gerência regional da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) está dando início ao levantamento do inventário de todo o acervo imobiliário da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). De acordo com o técnico da SPU, Carlos Roberto Nevares, os trabalhos deveriam ser realizados no ano passado, todavia, devido ao considerado número de prédios e à complexidade de alguns deles o Governo Federal optou pela contratação de uma empresa especializada para a elaboração do relatório. A escolha ocorreu por meio de licitação pública.

O engenheiro da SPU não definiu data para a conclusão do serviço. Ressaltou, porém, que enquanto o laudo conclusivo não é apresentado, as instituições interessadas podem colher informações mais detalhadas para o processo de aquisição dos imóveis por intermédio de uma cartilha especial elaborada pelo Ministério do Planejamento. O material está disponível no portal eletrônico do órgão federal. Além do programa especial de transferência imobiliária, existem orientações sobre a preservação dos imóveis não-operacionais. A lei 11.483/2007 proíbe demolições e reformas.Embora os levantamentos preliminares tenham apontado cerca de 770 imóveis, dentre estações, casas de turma, depósitos, armazéns e oficinas, a SPU estima a existência de praticamente o dobro.

Nevares avalia cerca de 1,3 mil imóveis, podendo chegar também a 1.500. Desses, pelo menos 400 não são operacionais. Mas só poderão ser transferidos quando a inventariança for concluída. O procedimento será o mesmo em todo o País. Caberá ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a definição da importância histórica e cultural dos prédios.Responsável pelo acompanhamento dos registros, o engenheiro da SPU no Ceará ainda acrescentou que o Iphan já mapeou as estações ferroviárias consideradas de relevância histórica para o Estado.

Com o mapeamento, haverá condições de conhecer a situação de cada estação de trem, as precariedades, quais delas funcionam como centros culturais e as propostas viáveis para cada uma delas no Interior.A análise fortalecerá o destino social e cultural dos prédios. Caberá também ao Instituto, a definição dos critérios de utilização das estações e anexos. Quanto aos demais prédios, serão incluídos no patrimônio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit).

A chefe da Divisão Técnica do Iphan no Ceará, Luciene Lobo, confirma a conclusão da inspeção. Uma equipe de especialistas seguiu toda a malha ferroviária do Estado. A pesquisa foi coordenada pelo arquiteto Alexandre Veras. Cada unidade de interesse histórico foi avaliada e muito bem catalogada. Todavia, a arquiteta afirmou não poder adiantar o resultado da fiscalização e nem os detalhes técnicos a respeito da pesquisa. Espera-se o resultado final do relatório para definir as atribuições e decisões necessárias para cada estação. Atribuiu a Veras a decisão da divulgação. No entanto, não foi possível contato com Alexandre Veras. Até o encerramento desta edição ele participava de um curso no Rio de Janeiro.

Fonte Diário do Nordeste/ Caderno Regional

Na casa dos loucos a colonia dos espertos

A Prefeitura do Rio de Janeiro anuncia o primeiro choque de desordem da gestão Eduardo Paes. Mas más notícias nem sempre se apresentam nos jornais com nomes próprios. E esta se chama de urbanização da colônia psiquiátrica Juliano Moreira, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. É projeto do PAC, o que lhe garante o selo de projeto leviano, populista e eleitoreiro. Começa no mês que vem. Estará a pleno vapor na campanha do ano que vem, para espetar “um novo bairro carioca”, com 1.665 casas populares, numa conta de R$ 200 milhões. Para saber o que a prefeitura entende na prática por “bairro carioca”, basta dar uma volta ao redor dos muros que até agora mantiveram a Juliano Moreira mais ou menos a salvo da normalidade vigente.

A colônia – ou o que sobrou dela – é um dos últimos oásis da Zona Oeste. A loucura conservou-a, enquanto o senso-comum ia estragando irremediavelmente a cidade. Seus antigos hospitais psiquiátricos têm hoje pouco mais de 500 internos. E hospedam 900 sãos que, por terem idéias claras demais, vivem em seus pavilhões arruinados ou seus espaços baldios. Como sempre que alguém embolsa o que era do governo no Brasil, o projeto consagrará a sagacidade infalível de quem apostou contra a lei para ganhar na certa. Lei é para sem-vereador, sem-deputado ou sem-Ong.

No caso, a Prefeitura quer premiar funcionários públicos que um dia foram pagos para cuidar daquilo, e preferiram cuidar sobretudo de si mesmos, beneficiando seus descendentes. Um desses herdeiros, aos 35 anos, declarou-se outro dia indignado com a lenga-lenga do governo. Ele quer já, de uma vez por todas, a casa que foi de sua avó. Ela sim foi um dia funcionária do hospício.

Cinco anos atrás, roçou as copas da Juliano Moreira um sopro de razão. Iria para lá o campus Jacarepaguá 1 da Fundação Oswaldo Cruz. Tomaria conta de 5 milhões de metros quadrados, com matas nativas, aos pés do Parque Estadual da Pedra Branca. Deixaria 75% para “preservação, proteção e recuperação florestal”. Tudo isso dentro do Rio de Janeiro. Numa reserva natural regada por nascentes e cachoeiras, com árvores com 30 metros de altura, 200 espécies de pássaros, 80 de mamíferos, 38 de répteis e 12 de anfíbios. Argumentos de sobra para romper a maldição que reduz todo subúrbio carioca a deserto superpovoado, violento e decrépito, marca registrada do modelo que todos os prefeitos acabam, mais cedo ou mais tarde, implantando nos calcanhares da expansão desordenada.

Venceu a boa e velha política do cada um por si e butim para todos. E “todos”, ali, são indiferentemente pobres ou, pelo menos, remediados. Quando a Fundação Oswaldo Cruz levantou, de porta em porta, a situação dos invasores, encontrou desde miseráveis empilhados em ruínas infectas a moradias clandestinas com asfalto no portão, carro na garagem e renda familiar de cinco salários mínimos.

Ao urbanizar as seis favelas com urgência eleitoral, a prefeitura dificilmente terá a pachorra de refazer cadastros. Mas não custa ouvir o que a vizinhança anda dizendo nos jornais. O secretário municipal de Habitação Jorge Bittar garantiu na semana passada que seu “novo bairro carioca” preservará a mata e o patrimônio histórico da Juliano Moreira, sucessora de um engenho que pertenceu ao camareiro de Pedro II. Na mesma página, uma aposentada fazia contraponto ao secretário: “Quanto mais moradores tivermos aqui, maior o risco de invasões e queimadas”. Ela pode morar em casa de loucos. Mas o que diz faz sentido.

Um artigo do jornalista Marcos Sá Correa, no O ECO http://www.oeco.com.br/

Parem as máquinas de novo

A Justiça Federal acatou o pedido de liminar do Ministério Público Federal de Mato Grosso exigindo a suspensão imediata do licenciamento estadual da usina hidrelétrica Juruena, que será construída junto com outros nove empreendimentos autorizados pelo governo Blairo Maggi. Todas as usinas ocuparão uma área de 287 quilômetros ao longo do rio Juruena e, segundo ictiólogos, transformarão 110 quilômetros deste formador do Tapajós numa seqüência de lagos nas proximidades de nove terras indígenas no noroeste do estado. O complexo hidrelétrico tem previsão de gerar cerca de 300 MW de energia e está sendo parcialmente financiado com recursos do BNDES.

Desta vez, no banco dos réus estão o governo de Mato Grosso, sob o comando de Blairo Maggi, a empresa de seu grupo Maggi Energia S/A, e o Ibama. O órgão ambiental federal foi colocado na jogada por não assumir o licenciamento ambiental de usinas que oferecerão impactos ambientais de larga proporção, atingindo diretamente terras indígenas, ainda que as obras ocorram fora de seus territórios.

Há pelo menos três anos, o MPF tem feito dezenas de denúncias de irregularidades na concessão de licenças aos empreendimentos, que tiveram os impactos ambientais subestimados de forma proposital para se abster de maiores exigências. Depois de o licenciamento ambiental de cinco usinas da Juruena Participações e Investimentos ter sido suspenso em abril de 2008, o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal e, pelas mãos do ministro mato-grossense Gilmar Mendes, a ação foi indeferida. Em outubro, índios da etnia Enawene Nawe organizaram um ataque às obras da Pequena Central Hidrelétrica Telegráfica (PCH), em construção a menos de 20 quilômetros do limite da terra indígena. Eles são o grupo mais diretamente afetado por terem dependência alimentícia e espiritual com os recursos pesqueiros. Não à toa foram os que por mais tempo resistiram às propostas milionárias de compensação financeira oferecidas pelos empreendedores. Mas, sem respaldo da Funai ao longo do processo nem assistência adequados, acabaram aceitando os empreendimentos em troca das ofertas de dinheiro.

Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/curtas/

sábado, 22 de agosto de 2009

Dia Nacional do Folclore, no Cariri

O Cariri é o caldeirão do folclore nordestino. Os municípios do Crato, Juazeiro e Barbalha receberam as influências de milhares de nordestinos que aqui aportaram, tangidos pela seca, em busca das fontes perenes, que jorram do pé da serra, ou arrastados pela fé no Padre Cícero. Essa miscigenação, mistura de raças, de povos de diferentes etnias, deu origem à "Nação Cariri", um conjunto de manifestações que deu personalidade à região. O Crato, especificamente, herdou um legado de tradições, ainda hoje cultuadas pelos seus filhos. A cultura cratense é uma das mais características do Nordeste brasileiro. Conserva muitas das suas raízes ainda puras, herdadas da cultura do couro, introduzidas pelos colonizadores baianos, que não eliminou o nativo, assimilando seus costumes.

"Poucas regiões conservam genuinamente o folclore como o Crato", disse o folclorista J. de Figueiredo Filho. Essa expressão se manifesta em cada aspecto de vida, na língua, nas instituições, no cotidiano social, produtivo e nas suas personalidades, no jeito cratense de ser.Na cidade do Crato, encontram-se bem definidas as manifestações populares e eruditas, clubes e agremiações literárias do primitivo ao científico: o maneiro pau, a banda cabaçal dos Irmãos Aniceto, os reisados dos mestres Aldemir e Mazé de Luna, as renovações nos pés-de-serra complementam a identidade cultural da cidade.

Hoje, quando se comemora o Dia Nacional do Folclore, a cidade se transforma num arraial de manifestações populares. Cerca de 38 grupos folclóricos participarão de um desfile que termina na Praça da Sé, com a hasteamento do pau da bandeira, abrindo oficialmente a festa de Nossa Senhora da Penha, Padroeira do Crato e da Diocese.

Em meio às danças, emboladas, toadas e cantos folclóricos, bancas de comidas típicas se espalham na praça, oferecendo mungunzá, vatapá, baião-de-dois, paçoca, galinha caipira e outras iguarias típicas da culinária regional.É o encerramento do 32º Festival do Folclore, promovido pela Fundação Cultural Mestre Eloi, um radialista que levantou a bandeira do folclore regional. Hoje, esta bandeira está sendo empunhada por seu filho, Catulo Teles, que traz, no sangue e no coração, o amor às tradições populares.Catulo ressalta que o Cariri é uma região povoada de mitos.

Um exemplo são as lendas sobre a pedra da batateira, a mãe d´água, lobisomens, caiporas e outras narrativas que procuram explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do mundo e dos seres humanos, por meio de deuses, semideuses e heróis (todas criaturas sobrenaturais). É muito comum, na história da humanidade, as pessoas, em todas as culturas, buscarem explicações "mágicas" para os acontecimentos que não entendem. "Assim, os mitos estão presentes no nosso dia-a-dia, nas nossas crenças, mesmo que a gente não pense muito sobre isso", afirma o folclorista.

Em Juazeiro do Norte terminou, ontem, no Teatro Marquise Branca, a Semana do Folclore voltada para as crianças dos pólos de atendimento dos bairros João Cabral, Timbaúbas, Horto, Comunidade AABB e Admirável Trupe. Durante a semana, foram realizadas apresentações artísticas, folclóricas e exposições de trabalhos artesanais feitos pelas crianças dos pólos de atendimento. O evento, promovido pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Seasc), teve o objetivo social. A entrada foi paga com um quilo de alimento não perecível.

Reportagem de Antonio Vicelmo para o Caderno Regional do jornal Diário do Nordeste.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Encontro de Ecoturismo em São Paulo

Aprendizado, inovação e venda. Com este tema será realizado o Abeta Summit 2009, o maior encontro de Ecoturismo e Turismo de Aventura da América Latina. O objetivo é apoiar a comercialização de produtos e destinos, incentivar parcerias e difundir conhecimento por meio de congressos técnicos.

O evento acontecerá de 10 a 13 de setembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP), paralelamente à Adventure Sports Fair. Promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), o encontro traz para o Brasil as principais lideranças nacionais e internacionais do segmento.Interessados podem se inscrever em duas modalidades: Participante e Encontros de Negócios. Os inscritos como Participante terão acesso a toda a programação do evento - palestras, painéis temáticos e encontros sociais. Durante o evento, serão realizados mais de 20 painéis com temas como Comercialização, Sustentabilidade, Marketing e Inovação & Tecnologia.

No ano passado, empresas como a Gondwana Brasil Ecoturismo realizaram novos contatos e estreitaram parcerias. "O evento foi importante, tanto para aprender e melhorar o que já oferecemos para o segmento, como para realizar novos contatos com empresas do exterior que procuram no Brasil novos parceiros para realizar atividades de ecoturismo", relata a representante da Gondwana Brasil Ecoturismo, Camila Barp.

Este ano, a Embratur promoverá 14 famtour (viagens de familiarização) antes do evento. Assim, os compradores internacionais terão a chance de conhecer os principais destinos de Ecoturismo e Turismo de Aventura do Brasil. O Abeta Summit 2009 conta com patrocínio dos Estados do Mato Grosso do Sul, Amazonas, Ceará, São Paulo e Minas Gerais. As inscrições podem ser feitas pelo site www.abeta.com.br/summit

Fonte Suplemento Turismo do jornal Diário do Nordeste.

Titãs da Resistencia

No último domingo, O POVO publicou a reportagem “Titãs da Resistência”, mostrando a angústia de surfistas e moradores do Titanzinho com a falta de diálogo sobre a possível instalação do Estaleiro Ceará. Caso o local seja o escolhido, os dois espigões que limitam a praia serão estendidos e a formação das ondas ficará impossibilitada. O surfe é uma ferramenta de inclusão social e projeto de vida para muitos jovens da região, que enxergam nos surfistas de nível mundial Tita Tavares, Pablo Paulino e Fábio Silva, todos do bairro, o exemplo para mudar de vida através do esporte.

Vale a pena conferir.

Resistencia ganha reforço

Eis que surge uma possibilidade de diálogo na polêmica sobre a instalação do Estaleiro Ceará na praia do Titanzinho, no Serviluz. Ontem, a Câmara Municipal aprovou requerimento de autoria do vereador Guilherme Sampaio (PT) para a realização de audiência pública sobre o tema, no auditório da Casa Legislativa, no dia 11 de setembro, a partir das 9 horas. A intenção é conhecer e discutir o empreendimento com moradores e líderes comunitários do Serviluz - área inicialmente cogitada para receber o Estaleiro Ceará. “Da forma como (o projeto) foi anunciado chega a ser um desrespeito com uma comunidade que tem demanda própria, que é marcada pela atuação dos pescadores, dos surfistas, e tem os movimentos sociais trabalhando ali”, avalia o vereador.

Segundo Guilherme Sampaio, foram convidados para a audiência representantes da Transpetro e da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que tocam o projeto do Estaleiro Ceará; além de integrantes da Secretaria de Patrimônio da União, responsável pela área; do Projeto Orla; da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam); e dos movimentos populares do Serviluz. O Estaleiro soma investimentos de R$ 220 milhões e tem licitação do projeto de construção agendada para novembro.

A instalação no Titanzinho acabaria com as ondas no local, que é apontado como o principal berço de grandes surfistas, como Tita Tavares, Pablo Paulino e Fábio Silva. Guilherme Sampaio diz rejeitar a proposta de instalação do estaleiro no Titanzinho, a partir de “visões preliminares” do projeto. “É um equipamento que não vem a ser construído com a própria comunidade. Claro que traz emprego, mas atinge fortemente a dinâmica e o meio ambiente”, aponta. Um dos principais líderes sociais do Serviluz, o professor de surfe João Carlos “Fera”, garante forte mobilização para o dia da audiência. “Vamos levar pelo menos três ônibus. O Poder Público deveria trazer opção de vida ao invés de tirar o que temos. Aqui está tudo abandonado”, esbraveja.

Matéria de hoje do jornalista Ciro Câmara cirocamara@opovo.com,br para o jornal O Povo.

Comunidade do Titanzinho quer esclarecimento sobre o projeto do Estaleiro do Mucuripe

Em reunião realizada na tarde de ontem, no Projeto Vila Mar, na Praia do Titanzinho, alguns representantes da comunidade local - 28 entidades sociais, 21 igrejas evangélicas e católicas e diversas associações de esportes do mar além de representantes da Colonia de Pesca Z8 - resolveram criar uma pauta de esclarecimentos públicos sobre os projetos em andamento para aquele setor da cidade: o primeiro conjunto de esclarecimentos deveria ser sobre o andamento do Projeto Vila do Mar, em desenvolvimento pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, com apoio do Ministério das Cidades e o segundo sobre a "nova idéia", recém lançada através da imprensa, de instalação de um grande estaleiro na própria Praia do Titanzinho, para atender às demandas da Transpetro, uma subsidiária da Petrobrás.

Os questionamentos quanto a instalar um estaleiro naval na Praia do Titanzinho, levam em conta que a construção de um aterro oceanico de 30 hectares levaria ao desaparecimento da própria praia que é hoje situação relevante da orla marítima da Fortaleza, além de trazer danos irreparáveis ao meio ambiente, ao contexto urbano, à pequena economia local da Colonia de Pesca Z8, às atividades de esportes do mar - surf, windsurf e mergulho submarino - e também ao conjunto de trabalhos sociais existentes que alcaçam milhares de crianças e adolescentes.

O que se sabia é da intenção de implantar o Projeto Vila do Mar, como uma recomendação do Projeto Orla, com benefícios urbanísticos, ambientais, sociais e economicos, que pretende a requalificação urbanística ambiental daquela seção da orla, a ampliação dos espaços públicos e sua transformação em mais um point turístico da cidade, inclusive com a recuperação de edificações históricas como o Farol Velho do Mucuripe. Tudo isto com apoio da Prefeitura de Fortaleza e Ministério das Cidades, sendo surpresa esta nova diretriz, que em nada atende as reinvidicações locais.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Brasil rumo ao neoliberalismo ambiental

Um artigo de Fábio Olmos é biólogo e doutor em zoologia. Tem um pendor pela ornitologia e gosto pela relação entre ecologia, economia e antropologia.

Durante boa parte do século XIX acreditava-se que doenças eram causadas por miasmas pestilentos transportados pelo ar. Esta crença foi eventualmente deixada para trás quando Robert Koch provou que a tuberculose, em 1882, e a cólera, em 1883, são causadas por bactérias. Apesar das provas oferecidas, a teoria de que doenças são causadas por germes tinha críticos que argumentavam que Koch, Pasteur e outros cientistas haviam provado que germes existiam, mas não que estes causavam doenças, ou pelo menos que eram a causa única da doença.

Um destes críticos era Max von Pettenkofer, um cientista que fez contribuições significativas na sua área, mas advogava apaixonadamente que o consenso científico estava errado. Para provar isso, von Pettenkofer preparou diversos tubos de ensaio com culturas de bactérias da cólera e os bebeu juntamente com seus alunos. Embora dois destes tenham desenvolvido casos leves de cólera, todos sobreviveram e von Pettenkofer clamou vitória.

Em 1892, bactérias da cólera contaminaram o suprimento de água de Hamburgo e da cidade vizinha de Altona. As autoridades de Altona seguiram o consenso científico e filtraram a água, e seus habitantes escaparam de uma epidemia. Hamburgo acreditou na opinião oposta e não filtrou suas água. O resultado foram 8.606 mortos. Von Pettenkofer se tornou uma figura ridicularizada e odiada. Suicidou-se.

Seria fácil traçar um paralelo entre esta história e a disputa que vemos hoje entre cientistas que alertam para as mudanças climáticas causadas por nós ao queimarmos combustíveis fósseis e florestas, e aqueles que negam a realidade ou importância disto. Os fatos mostrarão quem está correto.

Acho mais interessante pensar nas diferenças entre os governos de Altona e de Hamburgo. Imagino os governantes das duas cidades tendo que decidir entre agir ou deixar as coisas acontecerem. As pressões feitas por quem teria que bancar o custo de filtrar a água e por quem executaria o serviço. Certamente houve quem dissesse que o custo seria proibitivo, resultaria em perda de empregos, que o dinheiro seria mais bem aplicado em outros projetos, etc., etc. Hoje sabemos quem tomou a decisão correta.

Governantes são julgados pelos seus atos, e os atos deveriam ser julgados pelas conseqüências. Infelizmente a percepção de causa e efeito, e o custo-benefício de atos presidenciais tendem a ser filtrados pela opinião pública.

Por exemplo, Juscelino Kubitschek é endeusado pela construção de Brasília, obra que merece ser avaliada pelas conseqüências. Por exemplo, ela resultou na extinção de um simpático roedor improvavelmente batizado de Juscelinomys candango. E teve conseqüências na vida política do Brasil que são muito evidentes hoje em dia.

Além da extinção, que é para sempre, e da popularização da arquitetura estilo Niemeyer, o legado mais duradouro de Juscelino é seu governo ter sido um ponto de mudança na corrupção brasileira. A construção de Brasília foi atrelada a pacotes de “bondades” (passagens grátis, auxílio-moradia, etc.) oferecidas para que nossos congressistas aceitassem se mudar do Rio de Janeiro.

Vemos hoje no que isso deu. Mais tipicamente kubitschekianos, os acordos mutuamente interessantes com as empreiteiras para viabilizar a rápida construção da nova capital resultaram na intimidade inadequada entre políticos, empreiteiras e órgãos públicos responsáveis por grandes obras, o que gera hoje boa parte dos escândalos que ocupam a Polícia Federal e o Ministério Público e explica porque temos antes listas de grandes obras desejadas por empreiteiras do que políticas dignas do nome para áreas como transportes e energia.

O imaginário brasileiro prefere olhar Brasília como um grande feito, e realmente ela o é, em termos de engenharia. Mas o legado político e ambiental de sua construção deveria nos fazer pensar melhor.Meio ambiente tem tudo a ver com política e economia. São estes fatores que determinarão o legado ambiental deste governo, que parece tão dúbio quanto o político. Para começar, Lula, o presidente que odeia pererecas, deve no mínimo, se igualar a Juscelino no quesito extinção causada por obra pública.

Mas o principal legado ambiental que Lula ameaça deixar para o futuro é resultado da grande característica dos dois governos moluscos: sua política agressiva de compra de apoio. Que é evidente no bolsa-esmola, nos financiamentos de estatais e ministérios para ongs companheiras, na domesticação de ambientalistas que viraram governo, no silêncio da UNE e dos sindicatos que já foram caras-pintadas, e no aparelhamento do Estado com companheiros dizimistas. E ululante na compra de deputados de programa e senadores de vida fácil em troca de cargos, obras ou dinheiro vivo mesmo. Compra de apoio que serviria para “garantir a governabilidade”, mas certamente não foi usada para avançar com nenhuma reforma necessária, e que agora parece servir primordialmente para que Lula eleja sua sucessora, aquela simpática senhora que falsificou o currículo acadêmico e, como seu padrinho, tem a cabeça nos anos 70.

Os votos na eleição de 2006 migraram das regiões mais urbanizadas e com melhor nível educacional, onde o eleitorado foi mais sensível ao escândalo do mensalão, para regiões menos urbanizadas e menos educadas, onde a opinião pública não liga muito para isso. O mesmo eleitorado que leva ao Congresso marimbondos de fogo, caçadores de marajás, cangaceiros de terceira e roubam-mas-fazem.

É o mesmo eleitorado que nas eleições municipais mostrou suas prioridades, ao reeleger politicos intimamente associados à industria do desmatamento, enquanto aqueles que investiram seriamente em educação acabaram chutados de seus cargos. O que nos deixa longe de ex-miseráveis como a Coréia, onde não apenas a prioridade na educação resultou em progresso social, mas políticos corruptos que só redimem quando se suicidam. Ah, se fôssemos como os coreanos...

A crescente sertanização da política nacional e poder cada vez maior que os pactos lulistas têm dado a senhores feudais e agroratas resultam em impactos ambientais diretos. Lula já deu um presentão aos grileiros de terras na Amazônia com a aprovação da MP da Grilagem. Passo importante rumo ao neoliberalismo ambiental que ruralistas e PACeiros querem impor ao país.
Neoliberalismo que se traduz por um liberou geral para que “as forças criativas do mercado liberem o potencial pleno de crescimento da economia como resultado da eliminação da regulação excessiva imposta sobre o setor produtivo”. Como reza o mantra que cansamos de ouvir até pouco tempo atrás.

Do mesmo modo que a História mostrou que o socialismo é uma roubada, as crises econômicas mundiais mostraram no que dá este tipo de abordagem. Interesses individuais sem moderação externa produzem sistemas instáveis onde a coletividade paga pela ganância privada. Como Thomas Hobbes já notou séculos atrás, é para isso que precisamos de leis e de um Estado que as imponha.Mesmo assim Lula, versão grisalha e hirsuta de Zé do Caixão, parece disposto a passar para a história como coveiro da legislação ambiental brasileira. É recorrente que nosso presidente fale em público contra o que vê como entraves ambientais a suas grandes obras. Não é apenas preocupante ver um presidente atacando a lei que jurou obedecer. É sintomático vê-lo ignorar que o entrave não é a lei nem o IBAMA, mas sim a incapacidade governamental de planejar e produzir bons projetos técnicos e orçamentos realistas.

Com o fim do recesso parlamentar e se o congresso não ficar imobilizado por mais escândalos, devem voltar à baila o aleijamento do Código Florestal, MPs isentando rodovias amazônicas de estudos ambientais e outras barbaridades para as quais não têm faltado os Von Pettenkofer da vida, conscientes ou iludidos, para lhes dar sustentação "técnica", temperados com atentados à inteligência como os que “justificaram” a MP da grilagem e ornam a retórica dos agrocrtas, para os quais 33% do país é pouco.

O que veremos nos próximos meses será decisivo para nosso meio ambiente, que é questão estrutural, mas nunca recebeu tal status nas políticas públicas. Com a insuperável capacidade brasileira de matar o futuro em troco do voto imediato, o neoliberalismo ambiental pode bem ser o mais duradouro legado de Lula ao futuro.

Fonte: O ECO http://www.oeco.com.br/

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estaleiro do Mucuripe em questão


A implantação de um estaleiro para construção de navios de grande porte na Praia do Titanzinho, no Serviluz, na enseada Mucuripe, pode pôr terra o Projeto Orla Titanzinho, da Prefeitura de Fortaleza, que prevê a requalificação da área, construção à beira-mar de um polo de lazer e reestruturação do Farol "Velho", em novo ponto turístico da cidade. É o que afirmou ontem o Presidente da Companhia Docas do Ceará, Sérgio Novais, para quem a proposta de instalação de um estaleiro na área irá encontrar grandes resistências de vários setores e comunidades do Serviluz e adjacências. Segundo Novais, o Projeto Orla do Titanzinho prevê a transferência de cerca de 500 habitações, das cerca de 5.000 que formam o bairro, para local próximo, como forma de transformar a faixa de praia e a área à beira-mar em um grande polo de lazer. Conforme disse, "o Projeto Orla já foi negociado com a própria comunidade", que teria aceitado a proposta.


Além da reação da comunidade, de surfistas da área e de ambientalistas, Novais disse que ainda não há licenças ambientais para a implantação do empreendimento. Ele alerta que para a instalação do estaleiro, os molhes ou espigões de pedra, hoje existentes, teriam que ser prolongados mar adentro e outros construídos, como forma de abrigar o empreendimento da ação da maré.


Para ele, a melhor alternativa social e econômica para a enseada do Mucuripe seria o Turismo, atividade que, segundo avalia, poderia gerar facilmente os 1.200 empregos anunciados pela ADECE, como uma das justificativas para ocupação do local por um estaleiro. Conforme disse, o trigo, as cargas limpas (contêineres) e o turismo são as principais vocações econômicas do Porto do Mucuripe e que tendem a ser potencializadas com as obras de expansão e dragagem e construção do terminal de turismo, previsto para ser construído na Praia Mansa.


Ele lembra que o terminal de combustíveis, hoje responsável por 48% da movimentação de cargas do porto, será no médio prazo transferido para o Pecém, limpando a área para o turismo. Contrário à instalação do estaleiro no Titanzinho, Novais aponta outra área de cerca de 10 hectares, do outro lado, entre o Iate Clube e o cais, que poderia ser aproveitada para a instalação do empreendimento. "É uma área abrigada, que é subaproveitada e que poderia ser uma alternativa para a localização do estaleiro", aponta.


Fonte Matéria do jornalista Carlos Eugenio postada no Caderno Negócios do jornal Diário do Nordeste. Imagem da proposta do Projeto Orla do Titanzinho, que prevê a requalificação daquela área, conflita com a expectativa de implantação do estaleiro no local. Foto: Rodrigo Carvalho.

Ilha Bela contra a expansão portuária

E por falar em litoral paulista, o Município de Ilha Bela é um dos ativistas contra a expansão do Porto de São Sebastião. Além de promover encontros técnicos com pesquisadores para discutir o problema, a cidade se mobiliza na realização de campanhas. Há até um abaixo assinado no site do Movimento Nossa Ilha Bela Mais Bela para quem quiser aderir à causa.

Fonte Salada Verde de O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde

Lambanças no Litoral Paulista

O Estado de São Paulo pode estar metendo os pés pelas mãos ao tentar resolver os problemas relacionados ao uso do solo em seu litoral. Na última terça-feira (12), o governo estadual realizou o 1º Fórum de Trabalho do Planejamento Ambiental Estratégico do Litoral Paulista, documento de diretrizes que pretende subsidiar grandes projetos de empreendimentos na região. Com a indefinição sobre o Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) da Baixada Santista, que há dez anos está sendo elaborado e ainda não saiu do papel, os grandes projetos de expansão do Porto de Santos e a iminente exploração do pré-sal de Lula, uma Avaliação Ambiental Estratégica era tudo o que ambientalistas queriam para o litoral de São Paulo. No entanto, o 1º Fórum frustrou os entusiastas do Planejamento.

Segundo Luz Fernandes, Coordenadora de Formação do Núcleo de Jornalismo Ambiental da Baixada Santista, a apresentação da terça-feira serviu para salientar os problemas do documento. “Houve um incômodo total das prefeituras, porque não está havendo participação efetiva dos municípios em sua elaboração”, disse. Além disso, de acordo com ela, não estão claras quais metodologias serão usadas para a avaliação, nem definidos certos conceitos básicos, como capacidade de suporte da Baixada. Outra “deficiência” importante do documento está na empresa contratada para o trabalho, a Consultoria Paulista. Isso porque ela já foi responsável por empreendimentos muito impactantes no litoral. Em seu lugar, deveriam estar consultores isentos e de grande referência no assunto, dizem ambientalistas da região. O Ministério Público Estadual também solicitou esclarecimentos do governo em relação ao documento.

O Estado garantiu que está aberto às propostas dos nove municípios envolvidos. A esperança do governo é que em seis meses o documento esteja pronto. O próximo encontro para debater o assunto já será uma audiência pública, prevista para o próximo mês. Antes disso, não há nenhum encontro técnico marcado.

Fonte Salada Verde de O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde

Governo do Acre adere ao REDD

O Governo do Acre disponibilizou hoje (13) na internet para consulta pública seu Projeto de Incentivo aos Serviços Ambientais. Elaborado dentro dos mecanismos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), o projeto é uma espécie de bolsa-floresta para quem não desmatar. A meta do estado é reduzir suas emissões em 60 milhões de toneladas de monóxido de carbono (CO), em 15 anos.

O governo acreano espera que o esforço signifique R$ 400 milhões no período, que viriam do mercado internacional de carbono ou doações voluntárias de países preocupados em preservar a Amazônia, para dar a quem seguir suas metas.

Os moradores da zona rural – cerca de 30% da população do Acre - serão os primeiros contemplados. São cerca de 200 mil pessoas, 100 mil deles assentados pelo Incra. A região ao longo da BR-364, rodovia que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul e é uma das principais do estado, será uma das áreas piloto para implantação das ações previstas pelo governo. Se aprovado o projeto, o estado será um dos pioneiros no país a adotar mecanismos de REDD.

Fonte Salada Verde de O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde